O mandato acabou e os vereadores que não foram reeleitos para uma cadeira na Câmara Municipal de Belo Horizonte têm o desafio de manter a atuação pública mesmo sem mandato e amenizar a perda do capital político para as próximas eleições. Dos 41 parlamentares da capital mineira que encerraram seus mandatos em dezembro, 17 não irão retornar aos trabalhos em janeiro. Enquanto alguns já garantiram cargos de visibilidade, outros ainda buscam seu espaço, sendo que um posto na prefeitura é a maior esperança de parte deles.
O único que tem um cargo público já garantido entre aqueles vereadores que não reassumem uma cadeira no parlamento é Álvaro Damião (União), que é o vice-prefeito na chapa vitoriosa de reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD). Outro que também não disputou uma caga no Legislativo foi Gabriel Azevedo (MDB); candidato derrotado ao cargo de prefeito, ele deve trabalhar agora em outra Câmara, a dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), onde deve assumir função nos próximos meses. Entre os demais, há poucas definições claras.
Miltinho CGE (PDT), por exemplo, teve quase 8 mil votos, votação maior que a de 13 vereadores eleitos, e ficou fora por causa do quociente partidário, é um dos que convive com a aflição da incerteza.”Não tive a oportunidade de conversar ainda com o prefeito, por causa da saúde dele. Ninguém me falou nada. Eu penso em continuar a fazer meu trabalho com o resgate de animais, mas vai ser com muita dificuldade, porque sem um mandato tudo vai ficar mais difícil”, diz. Miltinho explica que o mandato abre portas para parcerias e ajuda a manter a equipe de seu projeto. “Agora eles terão que buscar outras alternativas de trabalho”, lamenta.
Alguns, como Reinaldo Gomes Preto do Sacolão (DC), dizem que vão continuar atuando na vida pública, mas ainda não tem certeza de como. Mesmo discurso adotado por Wilsinho da Tabu (Podemos). “Recebi alguns convites e estou analisando para me decidir nos próximos dias. Adianto que todas as propostas são para minha permanência na vida pública, deste modo, meu caminho e minha predileção são pela vida pública, para continuar ajudando a melhorar a cidade e a qualidade de vida das pessoas”, diz.
Outros ainda aguardam definições da justiça e possíveis viradas de mesa para definir o futuro. Wagner Messias, o Preto (União), ficou como suplente na chapa e já declarou que está preocupado em cuidar da saúde, mas move uma ação para cassar a candidatura de sua colega de partido Janaína Cardoso (União),o que poderia abrir espaço para seu retorno.
Mesma expectativa vivida por Rubão (Podemos), que quer a cassação da candidatura de Lucas Ganem (Podemos) com o argumento de que o eleito é de São Paulo, não mora e não tem vínculos com Belo Horizonte. “estarei à disposição da família Aro para o que eles precisarem, confio no meu grupo político e pretendo permanecer por lá”, disse.
Claudiney Dulim (Avante) também garante que não pretende se afastar da atuação junto ao poder público. Presidente do Avante em Belo Horizonte, partido que compôs aliança com o prefeito Fuad Noman, ele afirma que vai continuar à frente das articulações da legenda enquanto retorna às atividades como advogado.
Outros que dizem que seguem na vida pública, mas atuando em suas profissões de origem são o médico cardiologista Célio Frois (PV), que não se reelegeu; o advogado trabalhista Sérgio Fernando Pinho Tavares (MDB); e o administrador de empresas Ciro Pereira (Republicanos). Assim como Jorge Santos (Republicanos), que é pastor e voltará a “pregar o evangelho”, que segundo ele é sua inspiração. Já os também pastores Fernando Luiz (Republicanos) e Henrique Braga (MDB) não retornaram o contato feito pela reportagem.
A volta à antiga rotina e projetos sociais é o que prometem os vereadores Marcus Crispim (DC) e professora Nara (Rede), os dois dizem que ainda não conversaram sobre cargos no poder público e não têm essa expectativa por enquanto.
