O Telegram se tornou neste ano, pela primeira vez, um negócio rentável, declarou o CEO do aplicativo de mensagens e mídia social, Pavel Durov, em uma publicação na plataforma X. Ele afirmou que a lucratividade foi possível após a empresa de origem russa quitar “uma parte significativa” de cerca de US$ 2 bilhões em dívidas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (23). A empresa foi fundada em 2013.
De acordo com o CEO, a empresa realizou um volume de negócios de mais de um bilhão de dólares (R$ 6,16 bilhões, na cotação atual) em 2024. A plataforma de mensagens, cuja sede fica nos Emirados Árabes Unidos, diz ter 950 milhões de usuários no mundo.
“Conforme previ, 2024 acabou sendo um ano muito bom para o Telegram. Pela primeira vez desde o início de sua monetização, há três anos, o Telegram passou a ser rentável”, anunciou Durov em seu canal no Telegram.
Durante muito tempo, a plataforma funcionou sem publicidade ou serviços pagos. Mas a partir de 2021, adotou uma política de monetização, que se baseia principalmente em assinaturas que oferecem funções exclusivas e a introdução da publicidade.
Durov anunciou vendas anuais de mais de “um bilhão” de dólares e mais de “500 milhões de dólares” (R$ 3 bilhões) em reservas em dinheiro, sem contar com seus ativos em criptomoedas.
Ele também comemorou que o número de assinantes da versão paga do aplicativo, o Telegram Premium, tenha triplicado, superando, segundo ele, os “doze milhões” de usuários, e o aumento da receita com publicidade.
O ano de 2024 foi marcado por um revés judicial para o representante da plataforma, que no fim de agosto foi detido e posteriormente indiciado por dois juízes franceses por uma série de delitos relacionados com o crime organizado.
A justiça o criticou por não ter tomado medidas contra a divulgação de conteúdos criminosos pelo aplicativo.
Durov foi posto em liberdade sob um estrito controle judicial, que inclui a obrigação de depositar uma fiança de cinco milhões de euros (R$ 32 milhões, na cotação atual), se apresentar à Polícia duas vezes por semana e a proibição de deixar o território francês.
O tema causou forte comoção e a Rússia alertou contra “qualquer perseguição política”.
O bilionário de 40 anos, que tem várias nacionalidades (francesa, russa e emiradense, principalmente), quebrou o silêncio em meados de setembro pela primeira vez desde sua detenção.
Em mensagem no Telegram, ele disse que lhe parecia “surpreendente” que fosse considerado responsável pelo conteúdo publicado por outras pessoas e qualificou a afirmação francesa de “imprudente”.
(AFP)