A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) informou nesta segunda-feira (23) que 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas caíram no rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no domingo (22).
As cargas de ácido sulfúrico estavam em dois caminhões e os defensivos agrícolas em um terceiro. Os veículos desabaram e os motoristas estão entre os desaparecidos. De acordo com a ANA, 19 municípios podem ter sido impactados pela contaminação do rio. Eles estão localizados abaixo do local do acidente, até o encontro com o rio Araguaia.
Onze deles são de Tocantins: Aguiarnópolis, Carrasco Bonito, Cidelândia, Esperantina, Itaguatins, Maurilândia do Tocantins, Praia Norte, Sampaio, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins e Tocantinópolis. Os outros oito são do Maranhão: Campestre do Maranhão, Estreito, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Porto Franco, Ribamar Fiquene, São Pedro da Água Branca e Vila Nova dos Martírios.
A agência acompanha a qualidade da água em articulação com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão para coleta de amostras do rio em cinco pontos, desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito até o município de Imperatriz.
Os parâmetros básicos de qualidade da água no trecho do rio serão analisados nesta terça (24). A ANA destaca que o ácido sulfúrico é um produto químico corrosivo. A agência pediu o apoio da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para analisar as amostras coletadas e determinar parâmetros mais complexos relacionados ao derramamento de defensivos agrícolas.
Os governos do Tocantins e do Maranhão alertaram a população dos municípios afetados para que evite contato direto com a água do rio, incluindo banhos e consumo. Prefeituras de cidades impactadas também divulgaram alertas em relação aos riscos.
Em Imperatriz (a 630 km de São Luís), a captação de água do rio Tocantins foi suspensa, o que gerou uma corrida aos supermercados, depósitos de bebidas e revendedoras de água mineral na cidade, com filas nos estabelecimentos.
A região central é a mais impactada pela medida. A prefeitura formou uma força-tarefa para garantir o abastecimento em hospitais e outras unidades de saúde. Os 49 poços artesianos da cidade seguem funcionando normalmente. Órgãos envolvidos nas buscas das vítimas da queda contabilizam uma morte confirmada e 16 pessoas desaparecidas.
A morte confirmada é de Lorena Rodrigues Ribeiro, 25. Jairo Silva Rodrigues, 36, foi resgatado com vida, com uma fratura na perna, e levado ao hospital por pessoas que estavam próximas no momento do acidente. Até o momento, as buscas são realizadas de maneira superficial, sem mergulhadores, devido ao risco de contaminação.
(Folhapress)