O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), reeleito com 76,13% dos votos válidos, defendeu que a cidade da região do Rio Doce invista em novas fontes de recurso e diversifique a economia para além da mineração. O político, em entrevista ao Café com Política desta segunda-feira (6 de janeiro), também afirmou que o município precisa investir na base social, como infraestrutura, transporte, saúde e educação, para atrair novos investimentos.
“Além do desafio de reestruturar a cidade no primeiro mandato, ainda temos o desafio da diversificação econômica devido à exaustão mineral, porque essas cidades tendem a viver em função de uma monoeconomia, e é necessário pensar nisso a médio e longo prazo. Depois de oito décadas de mineração, Itabira ainda não tinha pensado nisso”, afirmou.
Apesar de Itabira estar entre as dez maiores economias de Minas Gerais por causa da mineração, Lage destacou que a gestão pública enfrenta limitações. “Dinheiro não é tudo. A agilidade depende muito de capacitação técnica e processos. Este é um problema da gestão pública de maneira geral. Normalmente, a gestão pública não atrai os melhores talentos, e os processos são muito analógicos. Estamos longe da digitalização, então há uma lentidão na implementação de projetos. Há também muito desperdício de dinheiro público”, afirmou.
O prefeito enfatizou que os recursos disponíveis precisam ser usados para manter estruturas sociais e atender novas demandas da população, incluindo saúde pública, educação, saneamento básico e questões ambientais. “A mineração traz esse ônus ambiental, como a falta de água, e precisamos resolver problemas antigos da cidade.”
Lage também apontou a importância de buscar outras fontes de receita e criar um modelo econômico sustentável para o município. “A diversificação econômica é fundamental porque, hoje, não há estrutura para trazer novas indústrias. No primeiro mandato, cuidamos do social. Não há desenvolvimento econômico sem desenvolvimento social. Se não tivermos boas escolas, saúde de qualidade e uma infraestrutura urbana que transforme a cidade em um ambiente bom para se viver, os recursos econômicos não virão”, afirmou.
Entre os planos para diversificar a economia, o prefeito destacou o potencial da agricultura, da educação e do turismo. “Itabira tem 1.000 km² de terra fértil em zona rural, mas produz apenas 1,5% do PIB do município. É possível fazer com que o setor agropecuário, especialmente a agricultura familiar, evolua economicamente”, disse. Ele também mencionou a necessidade de apoio do governo federal para o avanço do campus da Universidade Federal de Itajubá, parado há 16 anos, e a exploração do turismo como uma nova vertente econômica.