BRASÍLIA – O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito civil para investigar denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Em decorrência dessas acusações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o exonerou do cargo na sexta-feira (30).
O caso veio à tona na última quinta-feira (29), após a coluna do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, mostrar que um grupo de mulheres procurou a organização Me Too para acusá-lo de assédio sexual. Além disso, uma das vítimas de Silvio teria sido a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco.
Após a divulgação da notícia, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e Tocantins (PRT-10) recebeu uma denúncia anônima contra o ex-ministro. Após isso, um procurador do trabalho abriu o inquérito de ofício, sem ser formalmente provocado. O caso tramita em sigilo.
Silvio nega ter cometido qualquer crime e afirmou, após o anúncio de sua exoneração, que é “o maior interessado nas investigações”. Atualmente, outras duas investigações estão em andamento: uma sob responsabilidade da Polícia Federal (PF) e outra no âmbito da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
“Nesta sexta-feira (6), em conversa com o presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, disse.
Anielle se manifestou também na sexta-feira (6). Ela pediu respeito ao seu direito à privacidade e informou que irá contribuir com as apurações sempre que for acionada. “Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula”, escreveu em suas redes sociais.
