BRASÍLIA. O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou neste domingo (7) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é vítima de uma perseguição judicial no Brasil, em discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Balneário Camboriú (SC).
Principal atração do evento, o líder argentino foi recebido com gritos de “Viva la libertad, carajo” – slogan usado por ele durante a eleição no país – e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”
“A liberdade de expressão, valor fundamental da democracia, se encontra questionada nas principais potências do mundo sob a desculpa de não ferir a sensibilidade de ninguém, ou respeitar supostos direitos de algumas minorias ruidosas”, disse.
Milei também criticou os governos de esquerda da América Larina das últimas décadas. Disse que esses presidentes buscam o “poder pelo poder” e possuem “uma receita do desastre econômico, social, político e cultural”
Também participaram da conferência os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carline De Toni (PL-SC), além do senador Magno Malta (PL-ES). O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte, é outra presença confirmada.
O evento contou com outras presenças estrangeiras. Entre elas, o chileno José Antonio Kast, que disputou a presidência do Chile em 2021 e é defensor do ditador Augusto Pinochet; e o ministro da Justiça de El Salvador, Gustavo Villatoro, governo que tem sido citado por direitistas da América Latina como referência na área de segurança pública após alcançar a maior taxa de detentos do mundo e construir uma mega prisão sob a gestão de Nayib Bukele.
Nesta segunda-feira (8) ocorre a cúpula do Mercosul, em Assunção, capital do Paraguai, mas não há expectativa de que Milei esteja presente. Ele será representado pela chanceler Diana Mondino e deve ser o único chefe de Estado do bloco a não comparecer.
Desde que tomou posse na Casa Rosada, Javier Milei ainda não se reuniu com Lula. Eles chegaram a participar do encontro do G7, na Itália, em junho, mas não houve encontro bilateral. No momento, a possibilidade de uma reunião entre os chefes de Estado é considerada remota.
No dia 26 de junho, Lula disse que Milei deve desculpas ao Brasil e a ele próprio por ter proferido “muitas bobagens”. Dois dias depois, o argentino afirmou que não vai pedir desculpas e chamou o brasileiro de “esquerdinha com ego inflado”.