BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta sexta-feira (6) da Cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, com a expectativa de fechar o acordo entre o bloco e a União Europeia, após mais de 25 anos de negociação.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está no Uruguai para acompanhar a reunião do bloco sul-americano. Caso seja assinado, o acordo entre os dois blocos será o maior tratado de livre comércio do mundo, englobando 32 países, com 780 milhões de pessoas.
Em seguida, o entendimento precisa ser aprovado no Parlamento europeu e também nos Parlamentos dos países membros. Alguns países mais protecionistas, como a França, já se posicionaram contra o avanço das negociações.
O Mercosul era formado inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que teve suas atividades suspensas em 2016. A Bolívia participa pela primeira vez como integrante pleno do bloco. Durante o encontro, o Panamá será oficialmente integrado como Estado Associado, tornando-se o primeiro país da América Central a obter esse status.
Franceses são os principais críticos ao acordo UE-Mercosul
Em discurso na semana passada, o presidente defendeu a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia e rebateu críticas de franceses à negociação. A declaração do petista aconteceu após polêmica entre a rede francesa de supermercados Carrefour e o agronegócio brasileiro, além de ofensas de parlamentares franceses.
“Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que, hoje, achincalhou os produtos brasileiros. Porque nós vamos fazer o acordo do Mercosul nem tanto pela questão do dinheiro. Nós vamos fazer porque eu estou há 22 anos nisso e nós vamos fazer”, comentou Lula.
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar esse acordo este ano ainda. Tirar isso da minha pauta”, falou o presidente, durante abertura do Encontra Nacional da Indústria, no último dia 27, em Brasília.
O deputado de direita Vincent Trébuchet (UDR) afirmou na terça-feira (26) que “nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”.