BRASÍLIA – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (21), que “nunca mais teve um dia de paz”. A fala foi feita três dias depois da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Nós nunca mais tivemos um dia em paz”, disse no segundo dia do seminário de comunicação do PL, que acontece em Brasília. “Nós estaremos de pé”, completou ela, frisando que as acusações contra Bolsonaro são “narrativas” e que a Justiça “não tem provas”.
Jair Bolsonaro foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado para se manter no poder depois da derrota nas eleições de 2022. A denúncia aponta o ex-presidente como um dos líderes de uma organização criminosa que operou no país para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os crimes apontados a ele são organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Ainda segundo Michelle, Bolsonaro passa por “perseguições”. “O povo de bem está acordando e precisa estar firme. É só um momento difícil que nós estamos passando. […] Não desistam. Não vão nos calar. […] A nossa tropa é imparável e estaremos fundamentados na verdade sempre”.
Ela também afirmou que Jair Bolsonaro foi um “divisor de águas no país” no campo político e pediu a volta do marido, que está inelegível, ao poder. “No Brasil, só há dois lados. Ou você é do lado da verdade ou da mentira. Ou você é do lado da vida, ou da morte”, declarou.
Críticas a Lula
Michelle também disparou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apelou para o preço dos alimentos, que têm impactado na popularidade do governo. “A partir do momento em que o governo mexe no prato das pessoas mais simples, é uma crueldade muito grande”, disse.
“Não adianta contratar marqueteiro vendendo sonhos, porque a realidade do nosso povo no dia a dia está falando por si só. Não adiantar falar que comer grilo faz bem para a saúde ou que comer alimentos com prazo de validade vencido não tem problema. Isso são mentiras, são narrativas, e o povo acordou. Isso é para justificar o erro que eles estão cometendo”, completou.
Em janeiro, Lula trocou o comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Ele demitiu Paulo Pimenta, quadro político do PT, e colocou no lugar o marqueteiro Sidônio Palmeira para alavancar a imagem que o governo quer passar para a população.
Valdemar
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foi discreto em sua fala no seminário nesta sexta-feira, assim como na véspera, quando aconteceu o primeiro dia do evento. Ele, que tinha sido indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, se livrou da denúncia da PGR e evitou comentar sobre o assunto.
Valdemar se limitou a dizer que “a função de um governo não é te incentivar a ter uma vida pior, é trabalhar para te dar uma vida melhor”. “Sigam vigilantes […]. E lembrem-se, vocês, juntos com o Bolsonaro, fizeram do PL o maior partido do Brasil”.
