Tifanny Abreu, primeira mulher transexual a disputar a SuperLiga Feminina, conquistou a Copa Brasil de Vôlei, pelo Osasco, no último domingo (9), contra o Sesi-Bauru, no Centro Multiuso em São José, em Santa Catarina, por 3 sets a 1 (parciais de 27/25, 16/25, 27/25 e 26/24).
A jogadora não se conteve após a conquista de seu primeiro título nacional — ela é a primeira mulher trans a vencer a competição — e fez questão de falar sobre a luta diária contra a transfobia. Tifanny joga há quatro temporadas no Osasco e é um dos destaques do time campeão do torneio.
— Vai ter mulher trans campeã sim! Estamos vivendo muita transfobia do esporte. São muitas leis contra as mulheres trans. Então eu tenho que lutar diariamente para jogar. Eu tenho que lutar fora de quadra, eu tenho que lutar dentro de quadra. Mas é por isso aqui, por esses momentos que eu estou lutando — desabafou Tifanny ao Sportv.
Tifanny, aos 40 anos, é uma das principais peças do time comandado por Luizomar de Moura. A jogadora atua como ponteira e também é acionada como oposta quando necessário.
— A minha classe é a classe que mais sofre. É a classe que mais morre no Brasil. A nossa média de idade (de mulheres trans) é 35 anos. Eu estou com 40, eu sou uma sobrevivente. Mas eu não vou deixar lutar pela minha classe. Porque nós merecemos respeito. Obrigado a todos que lutam pela gente. Sim, vai ter mulher trans! E vou continuar lutando junto com elas — finalizou a jogadora.
Quem é Tifanny Abreu?
Primeira mulher trans no vôlei feminino brasileiro, Tifanny Abreu iniciou o processo de transição de gênero em 2012. A jogadora atuou profissionalmente em ligas masculinas até os 29 anos.
Aos 31 anos, Tifanny voltou às quadras, na segunda divisão da Itália, dessa vez na liga feminina. A atleta voltou ao Brasil e foi contratada pelo Bauru em 2018. A jogadora defende o Osasco desde 2021.