31/01/2025
05:58

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Apesar de ter protagonizado um antagonismo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última semana, o governador Romeu Zema (Novo) terá dificuldades para herdar o espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030, caso viabilize uma candidatura à presidência da República em 2026. O governador, que até deu uma secretaria ao PL, recebeu a pecha de aliados de Bolsonaro em Minas Gerais de ser um político de centro.

O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), que critica o tratamento dispensado por Zema às forças de segurança pública, é um dos liberais que rotulam o governador como centro. “Como ele vai capitalizar um eleitorado de direita se não é de direita?”, questiona Rodrigues. “Ele não movimenta a sua base na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para derrubar matérias falando de ‘ideologia de gênero’. São os deputados do PL que resistem a essas questões”, argumenta.

Quando a ALMG aprovou a reforma administrativa de Zema, ainda em 2023, a bancada do PL pediu ao governador que vetasse a Secretaria de Educação de levar em consideração a promoção à igualdade de gênero nas propostas pedagógicas. Entretanto, o chefe do Executivo não atendeu ao pedido dos deputados, que já haviam tentado excluir o trecho do texto da reforma administrativa durante a votação na Casa, mas foram derrotados.

Rodrigues ainda lembra que, em 2022, Zema rechaçou o apoio a Bolsonaro durante o 1º turno, quando, em Minas Gerais, dividiu votos com Lula. “Se ele fosse de direita, ele teria ficado com dúvidas? ‘Ah, mas tinha o (senador Carlos) Viana (candidato do PL ao governo de Minas)’. Então que brigasse e dissesse: ‘a minha pauta também é de direita. Depois que ganhou a eleição dele, resolveu apoiar”, acrescenta o deputado. Já eleito, o governador declarou apoio a Bolsonaro no 2º turno.

O diagnóstico do deputado estadual Eduardo Azevedo (PL), irmão do senador Cleitinho (Republicanos), é similar ao de Rodrigues. “Ele (Zema) migra bem na direita, mas tem um perfil mais centro-direita, o que desagrada ao público bolsonarista, que é uma ‘direita raiz’”, avalia Azevedo, que cita, por exemplo, o desgaste com as forças de segurança pública. “Infelizmente a imagem do governador na segurança pública não é bem aceita”, acrescenta.

O próprio Bolsonaro colocou em xeque uma eventual candidatura de Zema à presidência em 2026. “Bom administrador também, mas, no meu entender, (é) conhecido mais em Minas Gerais ainda”, ponderou Bolsonaro, em entrevista à CNN na última quinta-feira (23 de janeiro). Antes de o Tribunal Superior Eleitoral torná-lo elegível, o ex-presidente, que ainda espera uma reversão da condenação para se candidatar, já havia apontado que o governador seria uma “boa opção”, mas “em 2030”.

Quando a relação entre o governo Zema e a bancada estadual do PL na ALMG já estava acirrada, o vice-governador Mateus Simões (Novo), que é o candidato à sucessão do governador em 2026, articulou a indicação da deputada estadual Alê Portela (PL) para a Secretaria de Desenvolvimento Social. À época, os parlamentares do partido se queixaram que o embarque de Alê no governo não passou pela bancada estadual, mas, sim, pela federal.

Rodrigues e Azevedo concordam que o embarque de Alê no governo teria sido um aceno de Zema para o PL, mas o primeiro pondera. “Mas só o gesto. A prática não muda”, responde o deputado estadual. Apesar de Alê defender a pauta de costumes, como todo o restante da bancada do partido, o presidente da Comissão de Segurança Pública não vê mudanças. “Não, não tem nada disso”, reforça ele.

Zema ensaia caminhada para o centro

Atual presidente do Novo em Minas, Christopher Laguna admite que possam ocorrer “arranhões” envolvendo uma possível candidatura de Zema em 2026 com figuras bolsonaristas mais “extremas”. Entretanto, Laguna lembra que, com a inelegibilidade de Bolsonaro, os caminhos para a direita estão se reduzindo, já que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), também está inelegível, e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve se candidatar à reeleição.

“Os deputados mais bolsonaristas podem até ter um atrito conosco, mas, devido à situação de hoje, é natural que surja um nome, e acreditamos que seja importante não só para o Brasil, mas para o contexto de Minas, ser (o nome) de Zema”, avalia Laguna. O presidente estadual do Novo ainda reforça que o governador é um “candidato forte” para a direita, mas que também dialoga com o centro.

Simões faz coro a Laguna e ressalta que, caso o governador concorra à presidência, não pode renunciar aos eleitores de centro. “Se o centro não tivesse caminhado com Lula, teríamos ganhado a eleição passada na esfera federal”, observa o vice-governador, ao ser questionado sobre as dificuldades de relacionamento entre o Palácio Tiradentes e a bancada estadual do PL.

Ainda de acordo com o presidente do Novo em Minas, Bolsonaro estaria “desqualificando” os demais possíveis candidatos na tentativa de emplacar um nome da própria família para a eleição. Porém, a “descaracterização” seria não apenas da direita, mas, também, da esquerda, de onde partem as críticas de Lula e ministros. “Ao meu ver, é sinal que ele (Zema) vem forte. Não se joga pedra em árvore que não dá fruto. Por esse lado, acredito que chegaremos a uma candidatura do Zema”, conclui Laguna.

Rejeição a Zema não é vista com maus olhos

Apesar de Bolsonaro ter concentrado 43,7% dos votos válidos já no 1º turno de 2022, a rejeição de aliados do ex-presidente a Zema não é vista com maus olhos por interlocutores do Novo. De forma reservada, um partidário pontua que o eleitor de Bolsonaro em Minas Gerais nunca foi simpático ao governador. “Quem chama Zema de bolsonarista é petista. O eleitor médio não chama Zema de bolsonarista”, emenda.

Auxiliares reconhecem que candidatos à presidência à direita irão precisar do espólio de Bolsonaro em 2026, mas creem que tanto Zema, quanto Caiado, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e o empresário Pablo Marçal (PRTB), irão criticar Lula sem se vincular ao ex-presidente. A avaliação é de que os postulantes atacam o presidente para tirar parte dos 50,9% votos válidos dele, não para herdar o capital de Bolsonaro.

Embora ponderem que o apoio de Bolsonaro é irrecusável, interlocutores do Novo observam que a bênção do ex-presidente, hoje, traz um “custo eleitoral”, porque limitam o desempenho dos apadrinhados. O exemplo citado é o do deputado estadual Bruno Engler (PL), que foi derrotado pelo prefeito Fuad Noman (PSD) na eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte. Apesar de ter avançado para o 2º turno à frente de Fuad, com 34,38% contra 26,54% dos votos válidos, Engler sofreu a virada.

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