27/01/2025
16:30

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A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,11% em janeiro, conforme dados divulgados sexta (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação veio após avanço de 0,34% em dezembro.

Apesar da trégua, o índice de janeiro ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam leve deflação (queda) de 0,02%. O intervalo das previsões ia de recuo de 0,10% a avanço de 0,50%. Havia perspectiva de deflação devido ao alívio pontual nas contas de luz com o desconto do bônus de Itaipu em janeiro.

Com o novo resultado, o IPCA-15 passou a acumular inflação (alta) de 4,50% em 12 meses. Nesse recorte, o índice registrava avanço de 4,71% até dezembro. Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE.

O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil. Trata-se do indicador que baliza o regime de metas perseguido pelo BC (Banco Central). Na mediana, as previsões do mercado apontam alta de 5,08% para o IPCA ao final de 2025, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (20). A estimativa subiu pela 14ª semana consecutiva.

A mudança de patamar das projeções sinaliza mais dificuldades para o BC conseguir recolocar e manter o IPCA dentro do intervalo da meta de inflação, dizem analistas. O aumento das estimativas nas últimas semanas refletiu fatores como a escalada do dólar e a pressão sobre os preços gerada pelo aquecimento da atividade econômica em meio a impulsos fiscais.

O centro da meta em 2025 é 3% no acumulado de 12 meses. O intervalo de tolerância varia de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). Os números são os mesmos de 2024, mas o BC passa a perseguir o alvo de maneira contínua neste ano, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).

No novo modelo, a meta será considerada descumprida quando a variação acumulada pelo IPCA permanecer por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%). O índice oficial fechou 2024 em 4,83%, estourando o teto. A coleta de preços do IPCA é feita pelo IBGE ao longo do mês de referência da pesquisa. Por isso, o dado de janeiro ainda não está fechado. Será divulgado em 11 de fevereiro.

Já a coleta do IPCA-15 está centrada na segunda metade do mês anterior e na primeira metade do mês de referência. No caso do índice relativo a janeiro, o trabalho ocorreu de 13 de dezembro a 14 de janeiro.

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