BRASÍLIA – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que os primeiros atos assinados pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmam os diagnósticos “pessimistas” sobre a gestão dele em relação à pauta ambiental.
Em nota, ela cita o fato de Trump acabar com o Green New Deal, que prevê medidas de desenvolvimento sustentável na economia; tirar os EUA do Acordo de Paris, firmado com o objetivo de limitar a 1,5°C o aumento da temperatura média do planeta; retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis.
Segundo Marina, os EUA, que são o segundo maior emissor global de gasos do efeito estufa, têm “grandes e inadiáveis responsabilidades a cumprir” e, com os atos de Trump, vão na “contramão da defesa da transição energética, do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis”.
“O presidente começou a confirmar os prognósticos mais pessimistas sobre os tempos desafiadores que virão. […] Serão tempos desafiadores para o mundo inteiro. Resta enfrentá-los com informação, compromisso com a vida e capacidade de negociação política”, disse Marina
No entanto, a ministra pontua que o modelo federativo dos EUA, que prevê maior autonomia dos estados, permita ao governo brasileiro negociar diretamente com governadores daquele país que estejam comprometidos com o combate às mudanças climáticas.
“Será fundamental que a governança climática, hoje mais madura e robusta do que no primeiro governo Trump, crie anteparos para evitar avanços da força gravitacional negacionista”, afirmou.
“Nem a própria população dos EUA aceitará qualquer omissão, pois enfrenta no cotidiano os efeitos da emergência climática”, complementou a ministra.