BRASÍLIA — O líder da minoria no Congresso Nacional, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), reagiu à derrubada do sigilo do inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou o pai dele, Jair Bolsonaro, e 36 aliados do grupo político por crimes contra a democracia. Em sessão nesta terça-feira (26), Flávio reforçou o coro pela aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” e declarou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seria contemplado.
“O único caminho para alguma normalidade e algum reequilíbrio entre os poderes é uma anistia ampla, geral e irrestrita. Estou cada vez mais convicto disso, e que inclua o ministro Alexandre de Moraes”, declarou. “Ele já deu vários exemplos de que descumpre a lei. É inquestionável”, prosseguiu. “Não são poucos os crimes cometidos por Alexandre de Moraes e por esse grupo de Lula na Polícia Federal”, disparou.
O ministro é o principal alvo do grupo político liderado por Jair Bolsonaro. Aliados do ex-presidente afirmam que Alexandre de Moraes é arbitrário e comete ilegalidades no âmbito do inquérito sobre os atos do 8 de Janeiro e sobre a intentona golpista. Nesta terça-feira, o ministro enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o inquérito da Polícia Federal que confirmou a participação de Bolsonaro em uma trama golpista para, após a derrota nas eleições, impedir a posse do então presidente eleito Lula.
Queda de sigilo e investigação concluída
A queda do sigilo do inquérito da PF que indicia Jair Bolsonaro e 36 aliados dele por uma trama golpista revela a participação de cada personagem na articulação elaborada para impedir a posse de Lula.
O centro da quadrilha golpista, segundo a investigação, é Jair Bolsonaro. Ele e seus aliados cometeram os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O inquérito chegou às mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, nesta terça-feira e ele decidirá o futuro do grupo indiciado.
A Polícia Federal constatou que as ações da quadrilha eram distribuídas em seis núcleos de atuação. As frentes miravam estratégias para fragilizar a democracia brasileira e facilitar o golpe.
Jair Bolsonaro é a ligação entre os núcleos e os outros indiciados, segundo identificou a Polícia Federal. Investigadores concluíram que ele sabia de toda a articulação para dar o golpe de Estado: da operação para matar o recém-eleito Lula e o ministro Alexandre de Moraes à “minuta do golpe”, um decreto que previa a ruptura institucional.
O inquérito constatou que Bolsonaro se reuniu com os comandantes das Forças Armadas e os pressionou a aderir ao decreto. A proposta não encontrou aprovação dos comandantes do Exército e da Força Aérea Brasileira, apenas do almirante da Marinha.