22/11/2024
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Em último discurso, comandante geral da PMMG, Rodrigo Piassi, ataca deputado sargento Rodrigues

Em último discurso, comandante geral da PMMG, Rodrigo Piassi, ataca deputado sargento Rodrigues

No último ato antes de deixar o cargo de comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, nesta quarta-feira (25), em cerimônia solene na academia da corporação, Rodrigo Piassi do Nascimento, subiu o tom das críticas contra o deputado e militar sargento Rodrigues, do PL. Na fala de pouco mais de 10 minutos, Piassi usou termos como “pessoa excluída por indisciplina” e “mente rudimentar” para classificar a postura do parlamentar.

“Não tenho nenhuma expectativa que uma pessoa excluída por indisciplina entenda ou defenda o valor e a importância da disciplina militar, por isso, nesse último esforço enquanto o comandante, afirmo, aos demais parlamentares e todos a de Minas Gerais, que liderar movimento grevista, incitar policiais militares a paralisarem suas atividades e a desobedecer às ordens de seu superiores são atitudes que não possuem, ao meu ver , elo com as atividades políticas legislativas”, disse.

Especialmente em 2024, Piassi e Rodrigues trocaram críticas públicas a cada ida de Piassi à ALMG. Rodrigues, que é o presidente da Comissão Parlamentar de Segurança Pública, manteve embates permanentes com Piassi sobre remuneração da PMMG e outros benefícios da tropa. Uma das ocasiões foi quando o ex comandante foi chamado para explicar a proposta de criar uma alíquota de 3% para financiar a assistência em saúde dos militares, em abril deste ano.

Segundo Piassi, Rodrigues, “com o argumento de valorizar e defender os interesses e necessidades dos militares estaduais, esse parlamentar tem sistematicamente atacado a coesão das tropas e solapar a estrutura de hierarquia e disciplina que sustentam a Polícia Militar.

Piassi deixa o comando geral após 1 ano e 9 meses à frente do cargo. Além dele, o chefe do Estado-Maior, Marcelo Ramos de Oliveira, deixou o cargo.A partir de agora, o coronel Carlos Frederico Otoni Garcia assume o maior posto dentro da corporação, enquanto o coronel Maurício José de Oliveira é nomeado chefe do Estado-Maior.

A corporação nega que a relação conflituosa de Piassi com o parlamento tenha pesado na saída precoce do coronel e afirma que, em média, a troca desses cargos na PMMG ocorre a cada dois anos. Piassi assumiu o posto em janeiro de 2023. Na Academia de Polícia Militar, onde Piassi passou o bastão de comandante geral ao coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, o agora coronel da reserva aproveitou a oportunidade para criticar o opositor.

“Essa ameaça, algumas vezes, vem de uma mente rudimentar, que se senta na cadeira de presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em 1997, tivemos a primeira greve declarada de policiais militares no Brasil. Esse evento marcou um momento crucial na história dos policiais militares e teve reflexos em todo o país. Particularmente, aqui em Minas Gerais, as relações das tropas com o comando e com o governo foram profundamente alteradas. No ano seguinte, um dos líderes do movimento reivindicatório candidatou-se a deputado e foi eleito”, disse Piassi.

Na ocasião, o governador Romeu Zema, que empossou os militares aos novos cargos, disse que não será irresponsável em comprometer o orçamento do Estado para atender a reivindicação.

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