Outro levantamento, desta feita da consultoria Deloitte, revelou as tendências de mercado para a área nos próximos anos. Chamado de “Os impactos da tecnologia para uma medicina que se moderniza”, o estudo publicado em 2022 consultou 228 médicos do Brasil. Confira abaixo alguns pontos de destaque da pesquisa:
Especialidades que terão maior demanda em 10 anos
- Geriatria
- Psiquiatria
- Oncologia clínica
- Psiquiatria da criança e do adolescente
- Medicina da família
Especialidades que terão menor demanda em 10 anos
- Radiologia
- Radiologia diagnóstica
- Medicina do trabalho
- Anatomia patológica
- Clínica médica
Tendências de mercado com maior impacto sobre a saúde nos próximos 5-10 anos (em %)
- Desenvolvimento tecnológico – 55
- Aumento das demandas e expectativas de pacientes – 42
- Foco em prevenção e promoção da saúde/atenção primária – 40
- Novos entrantes (Varejistas ou empresas de tecnologia) – 33
- Mudança nos modelos de remuneração – 32
- Avanços científicos/Novas curas para doenças – 26
- Atendimento humanizado e personalizado – 25
- Ampliação do escopo da prática para profissionais não médicos – 12
- Tendências demográficas populacionais – 9
- Mudanças regulatórias em nível federal e estadual – 6
- Mudança no atendimento de paciente internado para outros locais de atendimento – 5
Desenvolvimentos científicos com maior impacto em seu trabalho ou especialidade (em %)
- Descobertas em terapias celulares e genéticas/Engenharia genética – 52
- Miniaturização de dispositivos e equipamentos médicos – 51
- Realidade aumentada/Realidade virtual em tratamentos e em formação médica – 50
- Nanotecnologia – 48
- Diagnósticos domiciliares – 45
- Nova geração de sequenciamento de DNA – 40
- Engenharia de tecidos – 27
- Impressão 3D – 25
O retrato médico no Brasil
Conforme a pesquisa Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM), desde o início da década de 1990, o número de médicos no país mais que quadruplicou, passando de 131.278 para a quantidade atual, registrada em janeiro de 2024. No mesmo período, a população brasileira aumentou 42%, passando de 144 milhões para 205 milhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de médicos, portanto, aumentou oito vezes mais do que o da população em geral. Entre 1990 e 2023, a população médica registrou crescimento médio de 5% ao ano, contra aumento médio de 1% ao ano identificado na população em geral.
A maior progressão no volume de médicos ocorreu de 2022 a 2023, quando o contingente saltou de 538.095 para 572.960 – um aumento de 6,5%. Com índice de 2,8 médicos por mil habitantes, o Brasil tem hoje taxa semelhante à registrada no Canadá e supera países como os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e o México.
Para o CFM, o crescimento foi impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico, sobretudo nas últimas duas décadas, e pela crescente demanda por serviços de saúde.
A idade média dos médicos em atividade no Brasil é 44,6 anos. Entre os homens, a idade média é 47,4 anos. Já para as mulheres, 42 anos. Observa-se também uma diferença no tempo de formação entre os gêneros: em média, os médicos têm 21 anos de formados, enquanto as médicas têm 16 anos.
Escolas médicas
Dados da Demografia Médica mostram que, atualmente, há 389 escolas médicas espalhadas pelo país – o segundo maior número no mundo, atrás apenas da Índia. A quantidade de faculdades de medicina no Brasil quase quintuplicou desde 1990, quando o total chegava a 78. Nos últimos dez anos, a quantidade de escolas médicas criadas (190) superou o total de todo o século passado.
“O CFM vê com muita preocupação a velocidade de abertura de novas escolas médicas e do aumento das vagas em escolas já existentes. A abertura de vagas em escolas médicas é algo de interesse público e deve acontecer por necessidade social”, destacou o supervisor do estudo e conselheiro Donizetti Giamberardino.
“A preocupação do conselho hoje é que se forme médicos de boa qualidade e com princípios éticos, a fim de atender à população”, finalizou. (Com informações da Agência Brasil)