BRASÍLIA – O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou nesta segunda-feira (10) que o cenário de inflação dos alimentos “deve mudar”, mas isso não vai acontecer “em 24 horas”.
Alckmin disse que os preços devem começar a baixar gradualmente com a expectativa de uma safra melhor que a de 2024, afetada por eventos climáticos extremos, e com a queda do dólar, que chegou a R$ 6,20 e hoje está em R$ 5,79.
Além disso, defendeu que os governadores façam uma redução do ICMS, imposto estadual que incide sobre os produtos, para ajudar a derrubar os preços. A sugestão não foi bem recebida por todos os gestores estaduais.
“Nós entendemos a realidade de cada Estado, por isso não é obrigatório, é uma proposta. E também não precisa zerar todos. Pode, de repente, eu vou pegar ovo e zerar o ICMS durante um período. Porque isso vai passar. […] Eu não posso reduzir todos os ICMS, vamos imaginar. Mas eu posso de algum produto”, disse, em entrevista à rádio CBN.
Alckmin citou que governadores como Rafael Fonteles (Piauí), Elmo de Freitas (Ceará) e Jerônimo Rodrigues (Bahia) já se dispuseram a baixar o ICMS sobre alimentos. Neste domingo (9), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que faz o “dever de casa” ao zerar o imposto sobre os itens da cesta básica.
O vice-presidente da República ainda reforçou que o governo federal não irá tomar nenhuma medida “heterodoxa” que force uma mudança repentina nos preços, defendendo as ações anunciadas na semana passada pelo Planalto.
“Não haverá nenhuma heterodoxia. Não tem nada disso, são medidas corretas, adequadas e devemos saudar. Porque em um país que tem carga tributária alta, reduzir imposto deve ser festejado”.
A principal medida anunciada pelo governo Lula foi a redução do imposto sobre a importação de alimentos. Também será ampliado o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que permite que produtos como leite, mel, ovos e leite inspecionados em municípios e estados possam ser vendidos em todo o país, além de mudanças no Plano Safra e na política de estoque de grãos.
