BRASÍLIA – Duas semanas após a tentativa de golpe na Bolívia, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), expressou em plenário, nesta terça-feira (9), sua condenação ao ataque.
“Gostaria de condenar publicamente, em nome do Congresso Nacional, os acontecimentos que marcaram nossa nação vizinha, a Bolívia”, declarou Pacheco.
Ele reiterou sua “posição de repudiar qualquer ato que afronte a ordem constitucional, tal como ocorreu na Bolívia”. Pacheco celebrou que, “felizmente, dada a força da democracia boliviana, a tentativa de golpe restou infrutífera.”
Em 26 de junho, o governo de Luis Arce enfrentou uma invasão de tanques e militares no Palácio Quemado, em La Paz, a antiga sede do governo que ainda é utilizada para cerimônias protocolares. O ataque foi liderado pelo ex-comandante do Exército boliviano, general Juan José Zúñiga.
Pacheco também fez uma analogia com a situação no Brasil, mencionando os atos de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram as invasões e depredações dos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
“No Brasil, em 2023, enfrentamos uma tentativa de insurreição autoritária de uma minoria inconformada, que nunca representou a vontade popular. Essa tentativa foi rechaçada pela firmeza das nossas instituições e o resultado das eleições foi, enfim, respeitado, como deve ser no regime democrático”, enfatizou.
O discurso de Pacheco está alinhado com o tom adotado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cumpria agenda na Bolívia nesta terça-feira (9).
Em seu pronunciamento, Lula mencionou a “onda de extremismo que culminou” nos atos de 8 de janeiro de 2023, alertando também sobre a situação da Bolívia, que “já havia experimentado esse gosto amargo com o golpe” contra Evo Morales em 2019.
Morales renunciou em 10 de novembro de 2019, em meio a uma tentativa de golpe de Estado. “Não podemos aturar desvarios autoritários e golpismo. Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra retrocessos. Em todo o mundo, a desunião das forças democráticas só tem servido à extrema direita”, enfatizou Lula.