21/11/2024
17:50

ANM reduz nível de emergência de barragem da Vale em Barão de Cocais

ANM reduz nível de emergência de barragem da Vale em Barão de Cocais

Apesar disso, estrutura segue no nível 2 de emergência, o que impede o retorno dos moradores que foram evacuados; descaracterização vai até 2029

Em nível máximo de emergência desde 2019, a barragem da Vale na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais, teve o seu nível de segurança reduzido na última segunda-feira (26 de agosto), conforme a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Segundo o órgão, o Sistema Integrado de Gestão de Barragem de Mineração (SIGBM) reduziu o Nível de Emergência (NE) da barragem Sul Superior de 3 – quando há risco iminente de rompimento – para 2. A estrutura vinha passando por obras de descaracterização nos últimos anos, sendo que já foram removidos 900 mil metros cúbicos de rejeitos do local, cerca de 13% do total. Ainda segundo a agência, a Vale também realizou melhorias na drenagem superficial do reservatório e reduziu o aporte de água para a barragem.

O nível 3 de emergência foi adotado, levando à evacuação de centenas de pessoas em fevereiro de 2019, após a estrutura apresentar fator de segurança abaixo de 1,00, o que representa um risco “iminente para a comunidade local e o meio ambiente”. Desde então, investigações geotécnicas com tecnologias avançadas, o aumento no quantitativo de equipamentos de monitoramento e a evolução de estudos permitiram uma melhor compreensão sobre a estabilidade da estrutura e uma atuação mais efetiva por parte da Vale, conforme a ANM.

“A saída de NE3 e entrada em NE2 sinaliza uma melhora no desempenho geral da estrutura, representando que não se encontra em estado de pré-ruptura e que as medidas de segurança à população e ao meio ambiente estão mantidas. A redução de nível de emergência com segurança e no tempo correto, em especial para as barragens em descaracterização, é prioridade para a ANM”, afirma o superintendente de Segurança de Barragens (SBM) da ANM, Luiz Paniago.

Eliezer Sena é o responsável pela Coordenação de Gerenciamento de Riscos Geotécnicos de Barragens de Mineração (COGRGBM) da SBM, responsável pelo acompanhamento direto da barragem Sul Superior. Segundo ele, desde que a estrutura entrou em nível máximo, ela tem sido vistoriada frequentemente e presencialmente pelo órgão.

“A mesma sistemática será mantida agora que a barragem está em Nível de Emergência 2, garantindo que a descaracterização da barragem ocorra de forma controlada e segura”, garantiu o profissional.

Moradores seguirão evacuados até 2029

Abaixo da barragem, a Vale construiu uma Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), uma espécie de “piscina” gigantesca que seria capaz de conter a lama e impedir sua chegada até Barão de Cocais e outras cidades próximas. Apesar da redução do nível de emergência e da existência da ECJ, até a descaracterização completa da barragem a Zona de Autossalvamento (ZAS) da estrutura deverá permanecer evacuada, sem o retorno das famílias removidas por enquanto.

A previsão, ainda de acordo com a ANM, é que as obras sejam concluídas em dezembro de 2029, com a remoção total dos rejeitos e a recuperação ambiental da área.

Por nota divulgada horas antes da ANM fazer o anúncio, a Vale confirmou a redução do nível de emergência. “A redução foi possível devido à realização de novas investigações geotécnicas, ampliação dos instrumentos de monitoramento e evolução de estudos que permitiram maior conhecimento da real condição de estabilidade da estrutura”, disse a empresa.

No texto, a empresa não citou o prazo para o fim da descaracterização e nem citou o retorno dos moradores para suas casas só em 2029, tratando apenas sobre o trabalho feito até agora na “desmontagem” da estrutura.

 

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