A ausência de barreiras tarifárias de proteção no Brasil tem atraído uma enxurrada de pneus importados, principalmente da Ásia, que chegam ao país com preços até 69% mais baixos que os praticados no mercado internacional. Um estudo aponta que esses preços desleais estaraim afetando gravemente a indústria nacional, que já enfrenta riscos de demissões e desindustrialização. Em 2023, as importações de pneus de passeio aumentaram 104% em comparação a 2021, enquanto as de pneus de carga subiram 84% no mesmo período.
O alerta que essa concorrência desleal ameaça toda a cadeia produtiva já teria sido feito ao governo por fabricantes e fornecedores de insumos, como borracha e aço. Para mitigar os impactos, a Camex ( Câmara de Comércio exterior) recebeu o pedido de elevação temporária da Tarifa Externa Comum de 16% para 35% sobre pneus de passeio e de carga. A medida visaria restabelecer o equilíbrio no mercado e proteger os empregos no setor, que emprega diretamente 32 mil trabalhadores no Brasil e gera 500 mil postos indiretos.
Enquanto o Brasil mantém sua abertura, outros países, como os EUA e nações europeias, já teriam adotado barreiras tarifárias para proteger suas indústrias locais. Nos EUA, por exemplo, medidas antidumping e taxas de até 125% sobre pneus chineses reduziram as importações em mais de 30%. A Anip destaca que, sem ações semelhantes, a indústria brasileira corre o risco de uma desestruturação profunda, com impactos significativos na economia e no mercado de trabalho.