Legenda: advogado Igor Maciel Antunes, CEO da nova SAF do Ipatinga F.C.
Em outubro do ano passado foi anunciada uma nova Sociedade Anônima do Futebol, SAF, para o Ipatinga Futebol Clube. A época a transição para a nova administração da SAF estava prevista para que fosse realizada a supervisão jurídica pelo escritório Mac Antunes Advogados, de Belo Horizonte, em parceria com uma consultoria de gestão esportiva e financeira.
No penúltimo dia de janeiro, foi realizada uma coletiva de imprensa pela nova SAF do Ipatinga Futebol Clube para apresentar os projetos para a temporada de 2025.
A SAF tem como CEO o advogado Igor Maciel Antunes, fundador do escritório de advocacia Mac Antunes de Belo Horizonte, que descartou a participação de antigos diretores na participação dos projetos do Ipatinga FC. Também foram apresentados Livia Soares, Diretora Operacional da SAF, e o advogado jurídico e desportivo de transição, Édson Travassos.
Durante a coletiva, também foi revelado que Nicanor Pires, no papel, ainda continua como Presidente da associação até que tenha outro nome para assumir o cargo.
O Ipatinga FC garantiu a participação no Campeonato Mineiro Módulo II, que começa no mês de maio.
O que a SAF não explicou
Segundo informações, contas do clube estão bloqueadas e as dívidas trabalhistas superam os R$ 30 milhões de reais. A nova equipe jurídica que dará suporte à transição, com experiência em processos de Recuperação Judicial, já iniciou as medidas legais necessárias para destravar as operações financeiras e retomar a estabilidade do clube.
Contudo, faltou na coletiva, a exposição de como se dará a implementação da estratégia de soerguimento do clube. A dívida com fornecedores (segundo fontes, superam 5 milhões de reais) e as expectativas de geração de caixa de receitas dos direitos de transmissão, patrocínios, recursos públicos e venda de jogadores não são animadoras. Primeiro, que o módulo B não possui transmissão dos jogos por mídia tradicional ou digital. Segundo que, sem essa exposição patrocínios virão, no máximo, para auxiliar nas despesas das competições sem margem para contribuir para eventuais sobras de caixa e, por fim, sobram os famosos “apoios” da prefeitura (que, diga-se de passagem, já disponibiliza o estádio Ipatingão para a realização dos jogos) e a venda de atletas que, por sua vez, não tem um projeto contínuo de investimento em categorias de base.
A lei das SAFs é recente, de agosto de 2021, contudo o clube já está na terceira mudança de mãos, o que gera desconfiança. O fantasma do ex-presidente Itaí Machado, hoje, submergido desde os escândalos que teve seu nome ligado no Cruzeiro Esporte Clube, ronda sempre as entrevistas coletivas e há quem não consiga estabelecer relação entre ele e ex-presidentes do clube que na sua gestão faziam parte da diretoria. Nessa SAF, por exemplo, o advogado Edson Travassos será o responsável pela área jurídica, mas foi o responsável pelo jurídico nos anos de 2018 e 2019, na gestão do ex-presidente do Cruzeiro Wagner Pires de Sá e o então Diretor executivo de Futebol, Itaí Machado, como apresentado em matéria do Portal Diário do Aço em 30 de janeiro deste ano. Uma coincidência que contribui para que esse “fantasma” permeie os debates em torno de o ex-presidente estar ou não por trás dessa nova investida.
Por fim, a pergunta que não quer calar: Agora vai?