12/12/2024
08:30

Superliga é do nível das ligas europeias de vôlei? Destaques de Minas e Cruzeiro respondem

Bola de vôlei da Superliga Masculina (foto: Hedgard Moraes/MTC)

A Superliga é do nível das ligas europeias de vôlei? Essa pergunta surge a partir do questionamento de fãs do esporte enquanto os clubes brasileiros disputam o Mundial. Até por isso, o No Ataque conversou com Kisy, Nicola Negro e Pri Daroit, representantes do Minas no torneio intercontinental feminino, e com Wallace, defensor do Cruzeiro na competição masculina, sobre a comparação entre os campeonatos.

O Mundial de Clubes Feminino de Vôlei começa na próxima semana. Entre 16 e 22 de dezembro, Minas e Praia Clube representarão o vôlei brasileiro em Hangzhou, na China. Enquanto o time de Belo Horizonte enfrentará o Milano na fase de grupos, a equipe de Uberlândia duelará com o Conegliano. 

Antes, o Mundial de Clubes Masculino de Vôlei está ocorrendo em Uberlândia com Cruzeiro e Praia Clube como representantes do Brasil. O torneio, que começou na terça-feira (10/12) e encerra no domingo (15/12), conta com Civitanova e Trentino – maior campeão do torneio com cinco taças – como representantes do vôlei europeu. 

Os italianos evidenciaram a superioridade já nessa quarta-feira (11/12): no Sabiazinho, o Praia perdeu para o Civitanova por 3 sets a 0 (25/18, 25/19 e 28/26) e já não tem mais chances de ir à semifinal do Mundial. Mais tarde, o Cruzeiro tropeçou diante do Shahdab Yazd, do Irã, e perdeu a oportunidade de avançar. Nesta quinta-feira (12/12), de olho em uma vaga na próxima etapa, vai encarar o Trentino, da Itália, às 20h30.

Tanto no Mundial feminino quanto no masculino, apenas equipes italianas representarão a Europa, deixando claro quão forte é o vôlei no ‘país da bota’. Só que, apesar da ausência dos clubes turcos no torneio intercontinental, Kisy, Pri Daroit e Nicola frisaram que tal liga também está entre as mais fortes. 

Os representantes do Minas foram unânimes: a Superliga ainda está abaixo dessas principais ligas europeias. Wallace, oposto do Cruzeiro, destacou a força do ‘velho continente’ devido ao investimento, mas alertou que os brasileiros “não deixam a desejar”. Veja as declarações exclusivas ao No Ataque abaixo. 

Declarações sobre a Superliga

Pri Daroit, ponteira do Minas

“Eu acho que a questão da Liga Turca e da Liga Italiana, dos principais times, é que eles montam seleções, né? Então, eu acho que ainda não dá pra comparar com a Superliga. Eu acho que a gente ainda está um pouco atrás. Nós vemos muito isso quando vai jogar o Mundial. Mas eu acho que é um bom parâmetro para vermos aonde que podemos melhorar, o que podemos dar um passinho a mais para conseguir ir sempre evoluindo”

Kisy, oposta do Minas

“É óbvio que hoje a Liga Italiana e a Turca são ligas muito acima, até porque são jogadoras que atuam mundialmente. Mas acredito que a Superliga tenha crescido. Acho que a gente tem que trabalhar muito, jogar mais lá fora, porque a gente disputa um mundial, por exemplo, por três dias e depois não joga mais contra esses times. Então acho que isso [jogar contra clubes de outras ligas] é super bom para a nossa evolução. Gosto desse ano que tem bastante meninas estrangeiras no time, então eu procuro sempre aprender com elas e usar delas para eu evoluir também. Então acho que é isso. Não é o mesmo nível, mas a gente está chegando lá”

Nicola Negro, técnico do Minas

“Existe um desnível muito, muito grande a respeito da Liga Italiana e Turca. A respeito das outras ligas não, mas a Liga Turca e Italiana estão bem à frente em nível físico, a nível de abordagem ao vôlei contemporâneo. Aqui estamos bem longe ainda. […] Nosso objetivo é ser o mais performante possível sempre. Eu sempre cito um exemplo: nas minhas três primeiras temporadas no Brasil, perdemos oito jogos. Vamos para o Mundial e dificilmente ganhamos um set contra um time da Liga Turca ou Italiana. E isso é um termômetro de distância muito claro. É claro que somos referência aqui, mas a nível global é difícil diminuir essa distância. Tentamos ser mais competitivos. Não haverá equipas turcas nesses anos, mas temos duas equipas italianas muito fortes, como o Conegliano e o Milano. Vamos ver”

O posicionamento de Wallace

“Sem dúvidas, a liga na Europa é bem mais forte que a do Brasil, principalmente por questão de investimento. Eles têm mais grana e, consequentemente, os melhores jogadores. Mas a nossa não deixa a desejar. A gente está sempre ali tentando buscar alguma coisa, um Sul-Americano, um Campeonato Mundial. Qualquer equipe do Brasil está sempre buscando algo a mais. Mas o fato é: as equipes de fora, Europa, têm mais investimento. Consequentemente o time vai ser melhor”

Wallace, oposto do Cruzeiro

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