(foto: Staff Images/Cruzeiro)
Segundo publicou nesta quinta-feira (13/2) a revista Piauí, o Cruzeiro lavou R$ 3 milhões provenientes do Primeiro Comando da Capital (PCC), no início de 2021, sob a gestão do ex-presidente Sérgio Santos Rodrigues. A movimentação financeira está associada ao empresário William Barile Agati, que agenciava o atacante Diogo Vitor. A notícia se baseia em investigações da Polícia Federal (PF).
A carreira de Diogo Vitor estava fadada ao fim. Em 2018, quando defendia o Santos, foi pego no exame antidoping por uso de cocaína e passou um ano e meio inativo. Depois da suspensão, livre no mercado, assinou com a equipe sub-23 do Corinthians. Em janeiro de 2021, rompeu vínculo sem ter estreado. Agati, então, ofereceu o atleta ao Cruzeiro, que aceitou a oferta.
O normal seria o clube pagar pelos direitos do atacante. Entretanto, segundo a Piauí, em fevereiro e março de 2021, foi a F1rst Agência de Viagens e Turismo, empresa de Agati, que transferiu R$ 3 milhões à Raposa.
Ainda de acordo com a revista, três dias após a última parcela, o clube mineiro começou a devolver parte da quantia recebida e transferiu, ao todo, R$ 1,58 milhão para o empresário e para a Burj Motors, outra empresa dele.
“Para o Ministério Público Federal, o objetivo de Agati no negócio não era lucrar, mas lavar parte do dinheiro que amealhou com o comércio de cocaína”, escreveu a Piauí. Ainda segundo a revista, o agente tem vínculos estreitos com o PCC e traficou cerca de duas toneladas de cocaína para o Sul da Espanha entre 2019 e 2021.
“Agati integrou um consórcio formado por criminosos brasileiros e europeus para resgatar da prisão em Moçambique Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos maiores narcotraficantes brasileiros”, continuou a revista.
À Piauí, Sérgio Santos Rodrigues se manifestou sobre a transação: “Não houve compra de passe, não. Foi pedida uma oportunidade para o Diogo tentar voltar a jogar”. Segundo o advogado, o dinheiro é referente a um empréstimo feito por Agati ao Cruzeiro e não tem relação com o atacante.
A atual gestão da Raposa, liderada por Pedro Lourenço, sócio majoritário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), também se posicionou. Disse estar à disposição das autoridades e que não tem conhecimento do negócio envolvendo Agati e Diogo Victor.