24/11/2024
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Quem é Truls Möregårdh, algoz de Hugo Calderano em Paris 2024?

Truls Möregårdh (direita) eliminou Hugo Calderano (esquerda) nas semifinais do tênis de mesa em Paris 2024 (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O sonho da primeira medalha de ouro do Brasil no tênis de mesa em Olimpíadas teve fim nesta sexta-feira (2/8). O responsável por isso foi o sueco Truls Möregårdh, que venceu Hugo Calderano por 4 sets a 2 na semifinal dos Jogos de Paris 2024 e eliminou o mesa-tenista carioca. Conheça o algoz do brasileiro.

Möregårdh fez grande partida e conseguiu duas viradas impressionantes contra Calderano nos dois primeiros sets. No primeiro, perdia de 10 a 4 e virou para 12 a 10, já no segundo, reverteu três set points do brasileiro e venceu por 17 a 15.

Conheça Truls Möregårdh

O sueco de 22 anos nasceu em família de praticantes de tênis de mesa. Com apenas seis anos, ele já estava acostumado a praticar o esporte. No início da adolescência, o atleta era visto como grande talento do tênis de mesa: aos 14 anos, em 2016, começou a ser notado internacionalmente. Naquele ano, ele foi vice do torneio europeu de juniores e foi campeão do torneio europeu top 10 de juniores – disputado entre as 10 maiores promessas do esporte na Europa.

Nos anos seguintes, Truls chegou mais duas vezes ao vice-campeonato do torneio europeu e se destacou em outros torneios. Em 2018, aos 16 anos, ele começou a disputar competições profissionais e, no mesmo ano, conquistou a primeira medalha: o bronze no Campeonato Mundial.

Möregårdh consolidou-se no cenário nacional a partir de 2019, ano em que foi campeão sueco de tênis de mesa pela primeira vez. Desde então, ele se acostumou com o feito – já venceu a medalha de ouro no campeonato nacional oito vezes.

No cenário internacional, Truls também acumulou medalhas importantes nos últimos anos. Entre as principais, estão a prata no Mundial de 2019, bronze nos Campeonatos Europeus de 2019 e 2021 e ouro na disputa por equipes do Europeu de 2023, a principal conquista da carreira dele.

Posição no ranking mundial

O sueco de 22 anos é o 25º colocado do ranking mundial de tênis de mesa – está 19 posições abaixo de Hugo Calderano, que ocupa o sexto lugar.

A atual colocação de Truls Möregårdh é, no entanto, uma das mais baixas dele nos últimos anos. Recentemente, ele chegou a estar entre os melhores mesa-tenistas do planeta – entre maio de 2022 e junho de 2023, manteve-se de forma ininterrupta no top 10 do ranking.

O sueco atingiu o ápice no dia 25 de outubro de 2022, quando tornou-se o número 3 do mundo. Curiosamente, a posição também foi atingida por Hugo Calderano no mesmo ano, mas em maio.

Truls Möregårdh faz história em Paris 2024

Ao superar Calderano e chegar à final do tênis de mesa na Olimpíada de Paris 2024, Truls encerrou longo tabu. Há 24 anos, um europeu não chegava à decisão do torneio – a última vez foi nos Jogos de Sydney 2000. Desde então, a medalha de ouro vinha sendo disputada apenas por mesa-tenistas asiáticos.

Além de eliminar o brasileiro, que ocupa a sexta posição do ranking, o sueco protagonizou surpresa ainda maior durante a Olimpíada: nas oitavas de final, eliminou o chinês Wang Chuqin, atual melhor do mundo no esporte.

Na final, Möregårdh terá que surpreender novamente para conquistar a medalha de ouro, pois enfrentará o chinês Zhendong Fan, número 2 do mundo e franco favorito ao título.

Hugo Calderano ainda pode fazer história

Apesar de eliminado, Calderano tem motivo para ficar orgulhoso. Nunca um mesa-tenista brasileiro chegou tão longe em uma Olimpíada. O máximo havia sido as quartas de final, fase atingida pelo próprio Hugo em Tóquio 2020 (disputada em 2021).

Se vencer a decisão do terceiro lugar contra o mandante, Calderano fará história. Ele conquistaria uma medalha inédita para o Brasil no tênis de mesa. Mas não é só isso.

Para se ter uma ideia do feito que Calderano busca, ele pode se tornar o primeiro atleta não asiático ou europeu, entre homens e mulheres, a subir ao pódio olímpico no tênis de mesa. A lista é dominada pela China, que ganhou 61 das 118 medalhas (51,7%) já distribuídas desde Seul 1988.

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