(foto: Julien De Rosa/AFP)
Presidente da Fifa, Gianni Infantino se manifestou nesta sexta-feira (7/3) sobre o caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras. O atacante foi alvo de ofensas racistas nessa quinta-feira (6), na vitória de 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, pela Copa Libertadores Sub-20.
“Estou profundamente indignado com o abuso racista sofrido pelo jogador Luighi, do time sub-20 do Palmeiras, no Paraguai. É de partir o coração ver um jovem jogador ser levado às lágrimas por um comportamento tão vergonhoso. O futebol deve ser um espaço de respeito, inclusão e união – e tudo começa com os jovens e a base”, escreveu.
“A Fifa se mantém firme na luta contra o racismo. Nosso compromisso vai além das palavras – continuamos a implementar medidas rigorosas, reforçar as sanções e expandir os programas educacionais para erradicar a discriminação. Luighi, nós o apoiamos e temos o compromisso de lutar por um futebol em que todos sejam tratados com o respeito que merecem”, completou.
Mais cedo, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu uma entrevista coletiva para tratar sobre o caso e revelou que o clube está trabalhando para pedir a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores sub-20.
A CBF, por sua vez, enviou um oficio à Conmebol e mandou uma copia para Infantino. A entidade solicitou a punição dos torcedores e a exclusão do time paraguaio da competição.
O documento de 29 páginas cobra tolerância zero contra atos discriminatórios e exige severa punição esportiva aos torcedores e ao clube paraguaio. Na denúncia, a entidade alega que o protocolo global da Fifa contra racismo não foi cumprido pela arbitragem.
O caso de racismo contra Luighi, do Palmeiras
Enquanto Figueiredo deixava o campo para ser substituído no duelo entre Palmeiras e Cerro Porteño, pela Libertadores Sub-20, o jovem do Verdão passou próximo da arquibancada e viu um torcedor, com criança no colo, fazer gestos imitando um macaco. Na sequência, Luighi, à beira do gramado, também sofreu ofensas racistas e ainda recebeu cusparadas.
Ele tentou alertar o árbitro, que não paralisou a partida. Ao fim do jogo, Luighi, chorando, mostrou sua indignação com o caso e cobrou a Conmebol.
“É sério isso? Não vai me perguntar sobre o caso de racismo que fizeram comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso, me fala! O que fizeram comigo foi um crime. Não vai perguntar sobre isso? Vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? A CBF, sei lá… Não ia perguntar sobre isso, né? A gente é formação, estamos aprendendo aqui”, disse em entrevista oficial da Conmebol, transmitida pelo SporTV.
Pouco depois do ocorrido, Luighi foi flagrado chorando no banco de reservas. O árbitro não paralisou a partida pelo ocorrido, apenas parou brevemente para apartar a aglomeração que foi criada entre os jogadores.