07/02/2025
20:15

Presidente cita motivos pelos quais Atlético não entrou em recuperação judicial: ‘Traição’ < No Ataque

Sérgio Coelho, presidente do Atlético, no embarque do time para a final da Libertadores, na Argentina (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Em novembro de 2023, ao concluir a transformação em Sociedade Anônima de Futebol (SAF), o Atlético não entrou em recuperação judicial e transferiu a totalidade de sua dívida bilionária para a Galo Holding – grupo que controla o clube-empresa alvinegro. A decisão gerou debates entre torcedores nas redes sociais e também na imprensa, com críticas de parte dos envolvidos. Nesta sexta-feira (7/2), Sérgio Coelho, presidente da associação, voltou a trazer o tema à tona e chegou a falar em “traição”.

A recuperação judicial é uma ferramenta jurídica que permite com que empresas em situação de fragilidade financeira renegociem dívidas de grande porte com credores, na tentativa de obter descontos expressivos. No Brasil, a Lei 14.193/2021 abre precedente para que clubes entrem com o pedido na Justiça mesmo sem a conversão de associação civil para Sociedade Anônima. Sport, Coritiba, Náutico e Cruzeiro foram algumas das instituições que adotaram a RJ.

No momento da transformação em SAF, o Atlético tinha dívida global que superava a casa dos R$ 2 bilhões, com parcela significativa associada a operações de empréstimo no mercado financeiro e avalizada pelos empresários Rubens Menin e Ricardo Guimarães. Desde então, o clube trabalha conseguiu reduzir débitos, mas também trabalha na renegociação de dívidas, arcando com quantias importantes em juros mensalmente.

Em vídeo divulgado pelo próprio Galo nesta sexta-feira, Sérgio Coelho fez balanço de sua gestão no clube. Ao analisar a questão envolvendo recuperação judicial, o mandatário enumerou cinco motivos pelos quais a instituição não seguiu por este caminho.

Entre as razões elencadas pelo dirigente, estão: limitações no estatuto do Atlético naquela altura e o que chamou de “desonestidade e traição” com credores. Leia, a seguir, a declaração completa de Sérgio Coelho sobre o tema.

Sérgio Coelho cita motivos pelos quais Atlético não entrou em recuperação judicial

É outro tema complicado, que muitos nos criticam. Vou dividir em cinco partes.

Primeiro: a Lei da SAF foi aprovada no segundo semestre de 2021, e a primeira Recuperação Judicial aprovada pela Justiça se deu em meados de 2022. Segundo: vamos lembrar aqui que, no início de 2020, a pedido do Sérgio Sette Câmara, ex-presidente, o Rubens começou a emprestar dinheiro para o Galo. E não só isso: ele começou a avalizar as operações financeiras, porque os bancos não emprestavam dinheiro para o Galo se não tivesse o aval dele e/ou Ricardo Guimarães. E eles avalizaram para salvar o Galo! Porque eu já disse que se eles não tivessem tido essa atitude, nós teríamos um clube inviabilizado porque não teríamos condições de pagar as dívidas na Fifa, principalmente. E também trabalhistas. E tantos outros credores! Quando chegou em 2022, quando houve a primeira recuperação judicial aprovada pela Justiça, eles já tinham quase R$ 1 bilhão entre empréstimos e avais para o Galo. Olhem esse número: quase R$ 1 bilhão!

Terceiro: vou falar sobre o estatuto do Galo na época. Não previa nele recuperação judicial. Se fôssemos pedir a recuperação judicial, abriríamos uma discussão: quem aprovaria a recuperação judicial? A assembleia, que é composta por 3 mil sócios do Labareda mais 7 mil sócios da Vila Olímpica – num total de 10 mil – ou o Conselho Deliberativo, que era composto na época por 400 conselheiros? Nós teríamos que pedir autorização a um desses órgãos.

Quarto: vamos considerar que nós iríamos pedir a recuperação judicial. Nós faríamos o pedido à assembleia, aos 10 mil sócios, ou então faríamos o pedido ao Conselho Deliberativo, aos 400 conselheiros. Chegaríamos lá dizendo: ‘Vamos fazer uma recuperação judicial’. E aquelas pessoas que foram convidadas em 2020 a ajudar o Atlético, já estão comprometidos aqui no clube, com R$ 300 milhões, R$ 400 milhões, entre o que Ricardo Guimarães e Rubens emprestaram, mais um tanto em aval… Vamos pedir recuperação judicial e eles que se virem para lá. E também os outros credores’. Será que a assembleia, os 10 mil sócios, ou o Conselho Deliberativo iriam aprovar isso? Será que nós não estaríamos cometendo uma deslealdade, injustiça, traição, ingratidão e até mesmo desonestidade? De uma coisa, vocês podem ter certeza: não esperem isso de mim! Dos conselheiros do Galo, nem da assembleia dos nossos sócios. Nós somos pessoas do bem! E nós arrumamos uma forma inteligente de resolver essa situação, sem pedir recuperação judicial e sem prejudicar a ninguém!

Quinto: vou explicar por que o Galo não foi prejudicado em não fazer a recuperação judicial. Nós fizemos a venda do Galo, 75%, e ficamos com 25%. Só que os nossos 25% não são diluídos. Então, se houver necessidade de fazer aporte na SAF, o Galo não tem que fazer. Porque os nossos 25%, mesmo não fazendo aportes, não serão diluídos. Simples assim.

Confira a matéria completa em: noataque.com.br

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