(foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
O Cruzeiro terá o oitavo técnico desde que se transformou em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em 2022. O clube demitiu Fernando Diniz na segunda-feira (26/1) e está à procura de um novo comandante para a sequência da temporada.
O favorito era Renato Gaúcho, com histórico vencedor a serviço do Grêmio, porém as negociações esfriaram devido a um desacerto na parte salarial.
Outros nomes estão no radar, casos dos portugueses Luís Castro, António Oliveira e Vasco Matos e dos brasileiros Thiago Carpini e Vanderlei Luxemburgo.
O No Ataque mostra a seguir por onde andam os técnicos que estiveram na Toca da Raposa 2 nas gestões do ex-jogador Ronaldo Nazário e, posteriormente, do empresário Pedro Lourenço.
Paulo Pezzolano
Foi o primeiro técnico do Cruzeiro na “era SAF” e também o mais longevo. De janeiro de 2022 a março de 2023, dirigiu o time em 68 partidas, com 38 vitórias, 13 empates e 17 derrotas. Destacou-se pela conquista da Série B do Campeonato Brasileiro, em 2022, com uma campanha de 78 pontos em 38 rodadas.
Paulo Pezzolano saiu do Cruzeiro por decisão própria, já que a diretoria não tinha intenção de demiti-lo. Tanto que Ronaldo levou o uruguaio para trabalhar no Real Valladolid. Pelo clube espanhol, o treinador viveu um sobe e desce entre a segunda e a primeira divisão. Em 72 partidas oficiais, ganhou 29, empatou 15 e perdeu 28.
A má campanha em La Liga motivou a dispensa de Pezzolano em 1º de dezembro de 2024. O time perdeu por 5 a 0 para o Atlético de Madrid, em 30 de novembro, e permaneceu afundado na lanterna. Na ocasião, somava apenas nove pontos em 15 rodadas (duas vitórias, três empates e 10 derrotas). Desde então, o técnico de 41 anos segue sem clube.
Pepa
Substituto de Pezzolano, Pepa teve começo promissor no Cruzeiro, com quatro vitórias nos seis primeiros jogos no Brasileirão. Contudo, não sustentou os bons resultados em virtude da baixa conversão de chances criadas em gols. Assim, acabou desligado em 29 de agosto de 2023, depois de derrota para o Grêmio por 3 a 0, pela 21ª rodada da Série A.
Em cinco meses de trabalho na Toca, o português treinou a Raposa em 26 partidas, com oito vitórias, oito empates e 10 derrotas.
Atualmente, Pepa está no Sport, pelo qual conquistou o acesso da Série B para a A em 2024. Antes, o técnico de 44 anos passou pelo Al Ahli, do Catar.
Zé Ricardo
Sua trajetória no Cruzeiro durou pouco mais de dois meses: 5 de setembro a 12 de novembro de 2023. Com aproveitamento de 36%, Zé Ricardo ganhou apenas três dos 10 jogos à frente do Cruzeiro, que corria risco de rebaixamento à Série B.
O ex-técnico de Flamengo, Vasco e Botafogo foi contratado pelo Criciúma para a temporada 2025. No ano passado, Zé Ricardo representou o Goiás.
Paulo Autuori
Campeão da Copa Libertadores de 1997 pelo Cruzeiro, Paulo Autuori ganhou ainda mais prestígio com a torcida pelo bom desempenho nas seis rodadas finais do Brasileirão de 2023. Ele venceu dois jogos e empatou quatro, contribuindo significativamente para a permanência do time na elite nacional e, de quebra, garantindo vaga na Copa Sul-Americana de 2024.
A efetivação de Autuori se deu de forma provisória e emergencial, visto que o profissional ocupava o cargo de diretor técnico e não tinha mais a intenção de retomar a carreira à beira do gramado. Desta forma, já era certo que o Cruzeiro buscaria outro nome para 2024.
Paulo voltou à função de diretor técnico em 2024, mas decidiu sair do Cruzeiro em abril, tão logo a SAF foi vendida por Ronaldo Fenômeno a Pedro Lourenço. Ele exerceu a mesma tarefa no Athletico-PR e acabou dispensado com o rebaixamento do clube à Série B do Campeonato Brasileiro.
Nicolás Larcamón
O argentino Nicolás Larcamón iniciou sua trajetória na Toca da Raposa 2 em 2024, assumindo o comando técnico do Cruzeiro no dia 3 de janeiro. Anteriormente, ele estava no León, do México, de onde foi demitido do cargo logo após a eliminação na primeira fase do Mundial de Clubes da Fifa para o Urawa Reds, do Japão, em dezembro de 2023.
A saída de Nicolás foi tida como inesperada pelos torcedores do León. A diretoria do time da América do Norte tratou o resultado como “vergonhoso” e, por essa razão, optou pelo desligamento do treinador. Antes de fechar com Larcamón, contudo, o Cruzeiro tentou a contratação de outro argentino: Fernando Gago, que acabou acertando com o Chivas, do México. Curiosamente, a Raposa também sondou Gabriel Milito, que mais tarde assinou com o arquirrival Atlético, em março de 2024.
No Cruzeiro, Larcamón não resistiu no cargo após dois “fracassos” à frente da equipe no início daquela temporada e caiu em 8 de abril, um dia depois da final do Campeonato Mineiro. A primeira decepção à frente do time estrelado, no entanto, foi na Copa do Brasil. Ele não conseguiu classificar a Raposa para a segunda fase da competição, sendo eliminado pelo modesto Sousa, no estádio Marizão, em Sousa, na Paraíba, pela primeira fase Os celestes perderam por 2 a 0, em 21 de fevereiro.
Depois, no Mineiro, o Cruzeiro de Larcamón perdeu o título para o Atlético em pleno Mineirão. O time celeste saiu à frente no placar, com Mateus Vital, mas tomou a virada após uma mudança tática do treinador. Saravia, Hulk e Scarpa garantiram a vitória por 3 a 1 para o alvinegro.
Ao todo, Nicolás comandou o Cruzeiro em 14 partidas – sendo 12 no Mineiro, uma na Copa do Brasil e uma na Copa Sul-Americana – e teve 59% de aproveitamento. Foram sete vitórias, quatro empates e três derrotas.
Hoje, o técnico argentino, de 40 anos, está no Necaxa, do México. Esse é o primeiro time que Nicolás assume desde a demissão no Cruzeiro.
Fernando Seabra
Fernando Seabra teve duas passagens pelo Cruzeiro em situações completamente distintas. O treinador é o único da ‘era SAF’ que trabalhou tanto na gestão de Ronaldo como na de Pedro Lourenço. Ele chegou ao clube em 2022 para comandar o time sub-20. No ano seguinte, conquistou a Copa do Brasil da categoria. A primeira oportunidade com a equipe principal surgiu na reta final de 2023 como auxiliar de Paulo Autuori. Juntos, eles livraram a Raposa do rebaixamento e colocaram a equipe na Sul-Americana.
Já em 2024, Fernando Seabra voltou ao comando do sub-20 do Cruzeiro e levou o time a ser vice-campeão da Copinha, a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Entretanto, depois disso, o técnico deixou o clube. Ainda em janeiro daquele ano, assumiu o sub-23 do Bragantino. No entanto, retornou ao Cruzeiro em abril como treinador efetivo do time celeste, no lugar de Larcamón.
No dia 23 de setembro do ano passado, o Cruzeiro anunciou a demissão de Seabra após um empate sem gols com o Cuiabá, pela 27ª rodada do Brasileiro. O treinador não resistiu não resistiu à oscilação do time na temporada. A demissão de Fernando Seabra era um desejo de parte da torcida, que não aceitou a derrota para o time reserva do São Paulo (1 a 0), no Mineirão, no dia 15 de setembro, pela Série A. O treinador ouviu vaias e foi chamado de “burro”.
O que deu sobrevida ao técnico foi a campanha na Copa Sul-Americana. Seabra foi quem praticamente conduziu o Cruzeiro até as semifinais da competição, uma vez que ele deixou o time antes do jogo de volta das quartas de final, muito perto de garantir uma vaga na semifinal, já que venceu o jogo de ida contra o Libertad, do Paraguai, por 2 a 0, no Defensores del Chaco, em Assunção.
Sob o comando de Seabra, de 47 anos, o time celeste disputou 35 partidas, com 17 vitórias, nove empates e 10 derrotas (56,19% de aproveitamento).
Desde 2024, após ser demitido do Cruzeiro, Seabra é o técnico do Bragantino.
Fernando Diniz
Contratado em setembro de 2024, Diniz comandou o Cruzeiro em 20 jogos. Foram quatro vitórias, nove empates e sete derrotas nesse período – 35% de aproveitamento.
A pressão sobre Diniz começou no fim de 2024, quando o treinador perdeu o título da Copa Sul-Americana para o Racing. Ele também terminou o Campeonato Brasileiro fora da zona de classificação à Copa Libertadores, o que aumentou a insatisfação dos torcedores.
Neste ano, o Cruzeiro disputou cinco jogos: amistosos contra São Paulo (1 a 1) e Atlético (0 a 0), além das três rodadas iniciais do Estadual, diante de Tombense (1 a 0), Athletic (0 a 1) e Betim (1 a 1).
Diniz foi demitido na última segunda-feira (27/1).
