O ex-lutador Acelino Freitas, o Popó, celebrou com entusiasmo a formatura do filho Juan Freitas, de 24 anos, que terminou o curso de Medicina. O tetracampeão mundial de boxe participou da cerimônia em um auditório de Salvador, na Bahia, nessa quinta-feira (23/1).
Durante o evento, a lenda do esporte brasileiro segurou balões com as letras do nome do filho na plateia. Depois, subiu ao palco e se emocionou. Popó chorou muito, pegou Juan Freitas no colo e ainda encenou uma luta.
“Eu só queria agradecer ao senhor por ter me permitido realizar esse sonho. O senhor é provedor disso e me prometeu viver o meu propósito, nunca desistiu ou mediu esforços em persistir na minha educação. Obrigado por ter confiado em mim, nas minhas escolhas, na minha jornada. Eu não estaria aqui se não fosse por você. Carregarei esse nome com muita honra”, disse Juan Freitas.
Ele ainda afirmou que abriu mão da festa de formatura para ajudar instituições de caridade. “Saber de todas essas dificuldades passada por ele e, ao longo da minha vida, adquirir minha consciência de classe e do meu privilégio, eu decido abnegar do meu baile de formatura e converter o dinheiro em fundos para casas de apoio a crianças que vivem com AIDS e para casas de apoio para população LGBTQIAP+ em situação de vulnerabilidade social. As casas serão escolhidas pela gente, para que possamos transformar o mundo com pequenas ações no dia a dia”, contou Juan.
Recentemente, Juan Freitas mostrou o orgulho que sente pela trajetória do pai.
“Foi com muita luta que ele conseguiu se consagrar tetracampeão mundial unificado de boxe e se tornar esse ídolo mundial… Mas isso nem se compara a maior luta que ele já enfrentou: a pobreza. Ele dormiu no chão de casa até os 23 anos de idade e lutou contra a fome e todas as dificuldades que a vulnerabilidade social poderia trazer. Meu pai é motivo de muito orgulho”, disse.
Quando revelou à família que é homossexual, o filho de Popó contou com o apoio do pai. Atualmente, Juan Freitas namora o advogado Lucas Oliveira.
“Quando, durante a minha adolescência, tive o meu direito de me ‘assumir’ violado, sem a minha permissão e o meu consentimento, no maior momento de dor e incerteza na minha vida, ele me acolheu como ninguém e não virou as costas quando mais precisei, cumprindo com a sua obrigação de me amar e me respeitar independente de qualquer coisa. E, não ironicamente, foi quando ele me abraçou por ser quem eu sou, que finalmente nos conectamos como pai e filho. Foi de tamanha hombridade essa atitude que, sem isso, eu não chegaria tão longe”, contou Juan.