Por meio de uma relevante perda técnica, o Atlético concluiu uma transferência de cifras expressivas no mercado nacional ao concretizar a venda de Paulinho ao Palmeiras, nesta terça-feira (31/12). Os clubes não confirmam o valor da negociação, mas pessoas ligadas às tratativas asseguram que o Verdão vai desembolsar 18 milhões de euros para contar com o atacante, além das idas do volante Patrick Silva e do meio-campista Gabriel Menino ao Galo. O montante coloca o camisa 10 alvinegro como maior venda da história do clube mineiro? O No Ataque esclarece o cenário a seguir.
Em valores absolutos, a venda de Paulinho é, com sobras, a maior da história do Atlético. Os 18 milhões de euros a serem pagos pelo Palmeiras correspondem a cerca de R$ 115 milhões na cotação desta terça-feira.
Essa cifra supera em cerca de R$ 38 milhões o valor pago pelo Shakhtar Donetsk-UCR pelo meia-atacante Bernard em agosto de 2013. Na oportunidade, o time ucraniano desembolsou R$ 77 milhões (€ 25 milhões) pelo então jovem de 20 anos, que seria o líder deste ranking por mais de 11 anos.
O meia-atacante estava valorizado na época após somar convocações para a Seleção Brasileira e ser peça decisiva na conquista da Copa Libertadores do Galo naquele ano. À época ponta-esquerda, o jogador marcou 22 gols em 100 jogos na primeira passagem com a camisa preta e branca.
Paulinho não chegou a conquistar títulos de expressão pelo Atlético, mas teve duas temporadas artilheiras com a camisa do clube. Entre 2023 e 2024, o atacante somou 50 gols e 12 assistências em 120 jogos em ótima parceria com Hulk no ataque.
Para ter o atleta, o clube mineiro desembolsou apenas R$ 2,1 milhões pela taxa de empréstimo ao Bayer Leverkusen-ALE, sem contar as luvas pagas ao fim do contrato do jogador com os alemães.
Grandes vendas do Atlético
Essa não é a primeira grande venda realizada pelo Atlético desde o início da participação dos principais investidores da atualidade na administração do clube (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador), em 2020. Nos últimos cinco anos, as negociações de Junior Alonso, Allan, Savinho e Marrony também entraram no top 10 do ranking das maiores saídas da história do clube.
O levantamento exclusivo do No Ataque não leva em consideração os percentuais que de fato entraram nos cofres do Galo, mas sim o valor total da transação. As distribuições de direitos econômicos de cada atleta, naturalmente, fizeram com que o clube mineiro lucrasse menos do que o montante divulgado em diversas ocasiões. As conversões para o real foram feitas com base nas épocas das transferências.
As maiores vendas da história do Atlético em valores absolutos
- Paulinho para o Palmeiras (2024): R$ 116,1 milhões (€ 18 milhões)
- Bernard para o Shakhtar Donetsk-UCR (2013): R$ 77 milhões (€ 25 milhões)
- Emerson Royal para o Barcelona-ESP (2019): R$ 50,8 milhões (€ 12,1 milhões)
- Jemerson para o Monaco-FRA (2016): R$ 48 milhões (€ 11 milhões)
- Junior Alonso para o Krasnodar-RUS (2022): R$ 46 milhões (US$ 8,2 milhões)
- Allan para o Flamengo (2023): R$ 42,6 milhões (€ 8,2 milhões)
- Savinho para o Grupo City (2022): R$ 35,6 milhões (€ 6,5 milhões)
- Marrony para o Midtjylland-DIN (2021): R$ 28,3 milhões (€ 4,5 milhões)
- Gilberto Silva para o Arsenal-ING (2002): R$ 26,3 milhões (US$ 8,7 milhões)
- Chará para o Portland Timbers-EUA (2020): R$ 26,1 milhões (US$ 6,5 milhões)
As maiores vendas da história do Atlético em valores corrigidos
A transação envolvendo Bernard ainda é a maior da história do Atlético considerando a correção dos valores pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Os R$ 77 milhões de 2013 são equivalentes a R$ 146,3 milhões em 2024.
Já a venda de Paulinho cai para a segunda posição. Fecha o “pódio” a negociação do ex-volante Gilberto Silva com o Arsenal-ING, concretizada em 2002 – cerca de R$ 99,5 milhões em valores corrigidos.
O “novo ranking” também coloca figuras distintas no top 10. São os casos do ex-zagueiro Cláudio Caçapa e do ex-lateral-esquerdo Dedê. Veja a lista a seguir.
- Bernard para o Shakhtar Donetsk-UCR (2013): R$ 146,3 milhões
- Paulinho para o Palmeiras (2024): R$ 115 milhões
- Gilberto Silva para o Arsenal-ING (2002): R$ 99,5 milhões
- Jemerson para o Monaco-FRA (2016): R$ 75,4 milhões
- Caçapa para o Lyon-FRA (2001): R$ 71,9 milhões
- Emerson Royal para o Barcelona-ESP (2019): R$ 70,3 milhões
- Junior Alonso para o Krasnodar-RUS (2022): R$ 53 milhões
- Allan para o Flamengo (2023): R$ 45,1 milhões
- Dedê para o Borussia Dortmund-ALE (1998): R$ 39,9 milhões
- Savinho para o Grupo City (2022): R$ 38,9 milhões
Toninho Cerezo entra no top 10 do Atlético
É certo que Toninho Cerezo está no top 10 das maiores vendas da história do Atlético, mas há divergência em relação ao valor da transferência do ex-meio-campista para a Roma, da Itália, em 1983.
O Galo Digital, enciclopédia oficial do clube na internet, fala em 10 milhões de dólares (valores equivalentes a 6,1 bilhões de cruzeiros na época – ou R$ 154 milhões corrigidos para 2023).
A própria página, no entanto, cita que a negociação de Cerezo foi acertada pelo mesmo montante da ida de Zico, ex-Flamengo, para a também italiana Udinese. De acordo com matéria de 1983 do jornal O Globo, a transferência do então camisa 10 rubro-negro foi fechada em 2 bilhões de cruzeiros (equivalentes a 4 milhões de dólares na época, ou R$ 61,6 milhões em 2023).