CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos disse que o investimento no futebol feminino do clube na gestão passada estava “um passo maior que a perna”, já que, segundo ele, a modalidade “praticamente não gera receita” ao clube.
Mattos se manifestou sobre fala “polêmica” de Pedrinho, dono da SAF celeste, no domingo, após a saída de Kin Saito do clube. Na ocasião, o gestor descartou investimentos no time feminino, fato que gerou críticas de torcedores – principalmente porque ele tinha dito que investiria na equipe de mulheres após comprar o Cruzeiro.
Para o CEO, Pedro “foi muito mal interpretado”. Alexandre ainda “ironizou” dizendo que, na antiga gestão, “quando (o time feminino e outros setores do clube) precisavam de dinheiro, batiam na porta do Supermercados BH para pedir para pagar conta”, e que agora “isso não vai mais acontecer”.
Mattos deixou claro que “a partir do momento (que o futebol feminino) tiver receita, vai ter investimento”.
Veja a fala completa de Mattos sobre o tema
“(Pedrinho) Foi muito mal interpretado. No futebol como um todo, base, masculino, feminino o Cruzeiro vai andar dentro de um planejamento rígido pra não fazer nada que não for possível. Com o tempo, vamos conseguir pagar a dívida que ainda é astronômica, vamos conseguir mais patrocinadores, mais sócios, o torcedor vai entender que precisamos muito dele nos apoiando, indo ao estádio, fazendo sócio-torcedor, aí vai aumentar a receita e, consequentemente, o investimento no futebol feminino, base, masculino. O que o Cruzeiro não vai é fazer algo que se prejudique. A torcida quer organização para nunca mais passar o que passou.
No futebol feminino, estava um passo maior do que a perna. O que o Pedrinho deixou claro é que vamos equilibrar isso, porque antes, quando precisava de dinheiro, batiam na porta do Supermercados BH para pedir (dinheiro) para pagar conta. Hoje ele é o dono, o dinheiro é dele. Em qualquer situação, seja base, masculino, feminino, se precisar recuar pra dar um salto maior lá na frente, vamos fazer.
O Cruzeiro tem obrigação institucional de cuidar de qualquer profissional que tá lá dentro, não há nenhum tipo de discriminação. Agora, tem que ter receita para se produzir. A partir do momento que se produzir receita, vai ter o investimento. Se não produzir receita, a “receita” é o Pedro Lourenço, porque o dinheiro sai dele. O Cruzeiro, principalmente no futebol feminino, que todos sabem que não tem praticamente receita, estava dando um passo maior que a possibilidade (de receita). Isso era claro, a torcida precisa entender, pagavam porque iam lá no Supermercados BH pedir dinheiro do Pedro. Isso não vai mais acontecer. No futebol feminino, queremos continuar dentro da nossa realidade de brigar na parte de cima”.