(foto: Divulgação/Conmebol)
As tempestades passaram. Após anos de sofrimento, há esperança de que um arco-íris ilumine Belo Horizonte no fim da tarde deste sábado (23/11). A mais de 1700 km de distância de casa, o Cruzeiro lutará pelo inédito título da Copa Sul-Americana. Sob o comando de Fernando Diniz, a Raposa enfrenta o Racing, da Argentina, a partir das 17h, no Estádio General Pablo Rojas (La Nueva Olla), em Assunção, no Paraguai.
Depois de sete meses de disputa, chegará ao fim a edição de 2024 do segundo torneio mais importante da América do Sul. O Cruzeiro luta para quebrar jejum de 25 anos sem conquistas internacionais. O sétimo e último troféu continental da Raposa foi a Recopa Sul-Americana, em setembro de 1999.
Se ganhar a Sul-Americana, o Cruzeiro não apenas aumentará a sua galeria de taças, como superará toda a frustração dos últimos anos. Em 2019, a equipe mineira caiu para a Série B do Campeonato Brasileiro. Foram necessárias três temporadas para que o maior pesadelo do cruzeirense acabasse.
O retorno à Série A, em 2023, também ficou marcado por dificuldades. Assim como boa parte de 2024, ano em que o Cruzeiro teve três técnicos: Nicolás Larcamón (janeiro a abril), Fernando Seabra (abril a setembro) e Diniz (setembro até os dias atuais).
Além de um novo título, vitória na decisão da Sul-Americana renderia ao clube celeste uma premiação de R$ 35 milhões e vagas na Copa Libertadores e na Recopa de 2025.
Mas, há um adversário do outro lado. O Racing não chegava a uma final continental desde 1992, quando perdeu a Supercopa Libertadores para a Raposa.
Também foi contra o Cruzeiro o último título internacional da Academia, na edição de 1988 do mesmo torneio. Nessas duas decisões estava em campo o zagueiro Gustavo Costas, atual treinador do Racing e jogador com mais partidas pelo clube na era profissional.
A paixão do técnico pode ser vista em declarações e à beira do gramado. Por isso, os argentinos confiam que Costas poderá levar para Avellaneda, na Buenos Aires, a concretização desse sonho.
Trajetória das equipes na Sul-Americana
O Cruzeiro liderou o Grupo B da Sul-Americana, que tinha Alianza, da Colômbia; Unión La Calera, do Chile; e Universidad Católica, do Equador.
Depois, a Raposa eliminou o Boca Juniors, da Argentina, nas oitavas; o Libertad, do Paraguai, nas quartas; e o Lanús, da Argentina, na semifinal.
Já o Racing ficou em primeiro lugar no Grupo H, integrado por RB Bragantino; Coquimbo Unido, do Chile; e Sportivo Luqueño, do Paraguai.
Na sequência os argentinos passaram por Huachipato, do Chile, nas oitavas; Athletico Paranaense, nas quartas; e Corinthians, na semifinal.
Racing x Cruzeiro: onde assistir
Quem assistir à decisão terá como opções as TVs aberta (SBT/TV Alterosa) e fechada (ESPN) e múltiplos serviços de streaming (+SBT, Disney+ e Paramount+).
Racing x Cruzeiro: prováveis escalações
Racing
O Racing vai para Assunção com a mesma base que conseguiu uma sequência de cinco vitórias antes da final. Costas atuou com um time bem definido neste mata-mata da Sul-Americana e não sofre com ausências de jogadores por lesão.
Esse momento positivo passa muito pela estrela de Juan Fernando Quintero, meia que comanda as principais ações do setor ofensivo. No ataque, a estrela é o Adrián ‘Maravilla’ Martínez, centroavante que marcou nove gols na Sul-Amerricana.
Provável escalação: Gabriel Arias; Gastón Mastirena, Marco Di Cesar, Agustín García Basso e Gabriel Rojas; Santiago Sosa, Juan Ignacio Nardoni, Agustín Almendra; Juan Fernando Quintero, Maximiliano Salas e Adrián Martínez.
Cruzeiro
Há apenas uma dúvida no Cruzeiro. Diniz pode escalar Walace ou Lucas Silva no meio-campo. Enquanto um se destaca pela força física e o roubo de bola, o outro tem como vantagem a qualidade no passe.
Nas outras posições há uma continuidade clara do que foi produzido nos últimos tempos. João Marcelo e Lucas Villalba seguem como titulares da zaga, sem as dúvidas que rondavam a posição no início do trabalho de Diniz.
Marlon, que já chegou a perder a posição brevemente para Kaiki, também se manterá entre os 11 iniciais. O lateral-esquerdo terá como dupla William, que contribui com bons passes pelo lado direito. O camisa 12 ainda é o batedor oficial de pênaltis da Raposa.
O único nome não terá possibilidade de ir a campo é Juan Dinenno, centroavante que sofreu grave lesão ligamentar no joelho direito, em agosto.
- Provável escalação: Cássio; William, João Marcelo, Lucas Villalba e Marlon; Lucas Romero, Walace (Lucas Silva) e Matheus Henrique; Matheus Pereira, Gabriel Veron e Kaio Jorge.
Racing x Cruzeiro: personagens
Eu disse aos jogadores e também aos torcedores: temos que estar todos juntos. Somos Racing, diferente de todos. Bancamos tudo e agora estou à beira do sonho da minha vida. Nunca imaginei ver o Racing brigando pela Copa e pelo Independiente lá embaixo. Sou primeiro do Racing e depois argentino. É o amor da minha vida, eu morreria pelo Racing
Gustavos Costas, técnico do Racing
“Todos sabem que sou mineiro. E participar da história do Cruzeiro, com um passado recente tão difícil, é uma grande honra. Todos estão se empenhando ao máximo, como o torcedor, que fez uma festa grande pra gente. Vamos jogar juntos como time e com o nosso torcedor. Quem mais merece esse título é o torcedor do Cruzeiro. Você sente mais a grandeza do clube, a história e o peso que tem.”
Fernando Diniz, técnico do Cruzeiro
Racing x Cruzeiro: arbitragem
- Árbitro: Esteban Ostojich (URU)
- Assistentes: Nicolás Tarán e Carlos Barreiro (URU)
- VAR: Leodán González (URU)
