(foto: Leto Ribas/CBF)
Bicampeão na “Era Fifusa” e penta na “Era Fifa”, a Seleção Brasileira busca, neste domingo (6/10), o oitavo título de caráter mundial no futsal. A bola rola às 12h, na Arena Humo, em Tashkent, capital do Uzbequistão. A adversária será a arquirrival Argentina.
O superclássico ganhou ares ainda mais importantes nos últimos dias. Afinal de contas, a modalidade pleiteia se tornar olímpica. Esta semana, a Fifa solicitou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) a entrada do futsal no rol de competições dos Jogos Olímpicos.
Brasileiros e argentinos se enfrentarão na decisão do Mundial de Futsal pela primeira vez na história. No entanto, na última edição, disputada na Lituânia, em 2021, a Argentina eliminou o Brasil, nas semifinais, com uma vitória por 2 a 1, e se classificou à final pela segunda vez – cinco anos antes, foi campeã sobre a Rússia. No entanto, acabou derrotada por Portugal, também por 2 a 1.
O jogo deste domingo tem sabor de vingança. As rivais já se enfrentaram este ano. Foi na final da Copa América, quando a Seleção Brasileira conquistou o título, com uma vitória por 2 a 0.
Caminhada à final
As duas seleções chegam invictas à decisão: venceram todos os seis jogos que fizeram. O Brasil tem o melhor ataque da competição, com 38 gols marcados, e a melhor defesa, apenas cinco gols sofridos. Na primeira fase, venceu Cuba (10 a 0), Tailândia (9 a 1) e Croácia (8 a 1). Nas oitavas de final, bateu a Costa Rica (5 a 0); nas quartas de final, derrotou Marrocos (3 a 1); e, nas semifinais, ganhou apertado da Ucrânia (3 a 2).
Os argentinos marcaram 29 gols e sofreram 10. Na primeira fase, três vitórias, sobre Ucrânia (7 a 1), Afeganistão (2 a 1) e Angola (9 a 5). Nas oitavas, ganharam da Croácia (2 a 0); nas quartas, do Cazaquistão (6 a 1); e nas semifinais conquistaram uma vitória apertada, a exemplo do Brasil, sobre a França (3 a 2).
No time brasileiro, o técnico Marquinho Xavier ainda não definiu a equipe, pois depende, ainda, de um teste que será feito antes da partida, com o ala Pito, melhor jogador do mundo na última eleição da Fifa.
Ele viajou lesionado para o Uzbequistão e ainda não começou uma partida como titular. No entanto, é considerado peça-chave pelo treinador.
O Brasil volta a uma final do Mundial de Futsal depois de 12 anos. Ficou de fora das duas últimas decisões, em 2016, quando a Argentina foi campeã, e 2021, quando Portugal ganhou o torneio.
Onde assistir?
A partida entre Brasil e Argentina, pelo Mundial de Futsal será transmitida pelo SporTV (TV fechada), pela Globo (TV aberta) e no streaming pela CazéTV (Youtube) e Fifa+.
Mineiros
O primeiro título do Brasil em mundiais da modalidade foi conquistado quando o torneio era promovido pela extinta Fifusa (Federação Internacional de Futebol de Salão). São Paulo foi a sede. A Seleção conquistou o título com uma vitória apertada sobre o Paraguai, por 1 a 0, gol do mineiro Jackson, diante de um ginásio do Ibirapuera lotado.
Eram três nascidos em Minas Gerais naquela equipe. Além de Jackson, o elenco tinha Paulinho Bonfim e Walmir, todos jogadores do Olympico, de Belo Horizonte.
Autor do gol, Jackson recorda com saudade o primeiro mundial. “Aquele Mundial foi inesquecível. O Brasil, aliás, a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, que tinha como presidente Januário D’alécio, bancou a disputa. E os tempos eram outros. Nós ficamos hospedados debaixo da arquibancada do ginásio. Almoçamos em bandejão. Hoje, os jogadores têm toda uma mordomia. E ainda reclamam, fazem exigências.”
Jackson fala de uma safra de jogadores fantásticos. Os goleiros eram Barata, Beto e Pança. Os beques, Walmir, Paulinho e Paulo César. Os alas, ele, Leonel, Branquinho, Cacá, Paulinho Bonfim e Jorginho. Os pivôs, Carlos Alberto, Miral e Douglas.
O jogo, segundo ele, mudou muito. “Acho que o nível do esporte caiu muito. Na minha época, éramos muito superiores. Haviam jogadas, dribles, o que hoje não se vê. Mas eu aposto numa vitória do Brasil. Nossa Seleção sempre vai ter time. E deixamos um legado, que vem sendo seguido, pois vieram novas conquistas”. Jackson foi eleito, três vezes, o melhor jogador do mundo.
Paulinho Bonfim crê em uma final imprevisível. “As duas seleções estão niveladas. O Brasil não é mais o melhor disparado, como na minha época, do Jackson e do Walmir. Temos conseguido vitórias, mas muita vezes, no sufoco, como foram contra Marrocos e Ucrânia”.
Walmir não se mostra entusiasmado com o futsal atual. “É um esporte totalmente diferente do que quando joguei. Mudaram as regras, mudaram o jogo. Não se vê mais, por exemplo, jogadas treinadas. É desanimador ver que chegou nesse ponto. Mas torço para o Brasil”.
Na conquista do bicampeonato, dois mineiros estavam com a Seleção Brasileira. Novamente Jackson, o melhor jogador da competição, e o ala Paulinho Nunes, já falecido.
Todos os campeões
Era Fifusa
São Paulo 1992
- Campeão: Brasil
- Vice: Paraguai
Espanha 1985
- Campeão: Brasil
- Vice: Espanha
Austrália 1988
- Campeão: Paraguai
- Vice: Brasil
Era Fifa
Holanda 1989
- Campeão: Brasil
- Vice: Holanda
Hong Kong 1992
- Campeão: Brasil
- Vice: EUA
Espanha 1996
- Campeão: Brasil
- Vice: Espanha
Guatemala 2000
- Campeão: Espanha
- Vice: Brasil
Taipé Chinesa 2004
- Campeão: Espanha
- Vice: Itália
Brasil 2008
- Campeão: Brasil
- Vice: Espanha
Tailândia 2012
- Campeão: Brasil
- Vice: Espanha
Colômbia 2016
- Campeão: Argentina
- Vice: Rússia
Lituânia 2021
- Campeão: Portugal
- Vice: Argentina
