O técnico que fechar com o Cruzeiro terá o desafio de contrariar o retrospecto recente do clube, que trocou de comando diversas vezes desde a transformação em Sociedade Anônima de Futebol, em dezembro de 2021. Com exceção de Paulo Pezzolano (2022 – 2023), todos os treinadores desse período tiveram passagens curtas.
Fernando Diniz foi o último nome a comandar a Raposa. Ele foi demitido nessa segunda-feira (27/1), após ceder à forte pressão que havia começado ainda em 2024. O técnico participou de 20 jogos entre 27 de setembro e 25 de janeiro – quatro vitórias, nove empates e sete derrotas.
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Histórico de técnicos na primeira parte da ‘era SAF’
Quando comprou a SAF da Raposa, no fim de 2021, Ronaldo Fenômeno demitiu o técnico Vanderlei Luxemburgo. O veterano havia sido contratado em agosto daquele ano, no último mandato da associação à frente do futebol.
Pezzolano foi o escolhido para substituir Luca. O uruguaio treinou o Cruzeiro de janeiro de 2022 a março de 2023. Ele conquistou o acesso e venceu a Série B, mas pediu para deixar o cargo já no fim da primeira temporada.
Ronaldo e a diretoria celeste fizeram esforço para convencer Pezzolano a ficar mais tempo. Quando o time foi eliminado na semifinal do Campeonato Mineiro, no ano seguinte, o técnico oficializou a saída.
Até 2023 acabar, a gestão de Ronaldo ainda fez duas apostas que acabaram sendo rapidamente demitidas: o desconhecido português Pepa (março a agosto) e Zé Ricardo (setembro a novembro), ex-Flamengo e Vasco.
Sem comandante na reta final do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro optou por criar uma comissão interina formada pelo diretor Paulo Autuori, o auxiliar Vinicius Rovaris e o treinador do Sub-20 Fernando Seabra. Esse trio tirou o time da briga contra o rebaixamento e buscou classificação à Copa Sul-Americana.
Para 2024, os dirigentes buscaram um novo nome internacional. Nicolás Larcamón era desconhecido na Argentina, o seu país natal, mas chegou ao Cruzeiro como campeão continental norte-americano. Ele venceu a Liga dos Campeões da Concacaf de 2023 pelo León, do México.
Larcamón também teve passagem rápida, pois não conseguiu vencer o Mineiro e caiu na primeira fase da Copa do Brasil do ano passado. A estadia em Belo Horizonte começou em janeiro, e terminou em abril.
Nesse mesmo mês, o Cruzeiro contratou Seabra para o profissional. O técnico estava desde o fim de janeiro no Sub-23 do RB Bragantino.
Essa foi uma das últimas movimentações de Ronaldo, que vendeu a SAF para o empresário Pedro Lourenço no fim de abril.
Diniz chegou na gestão de Pedro Lourenço
Seabra permaneceu no cargo mesmo com a mudança de diretoria. Ele seria demitido apenas em setembro. Mesmo com campanha positiva na Sul-Americana, o técnico não resistiu a um momento de instabilidade no Brasileirão.
Diniz então viria a ser o primeiro (e até agora, único) treinador contratado por Pedrinho. O ex-comandante celeste ficou no posto de setembro a janeiro.
Demissão de Diniz
A pressão sobre Diniz começou no fim de 2024, quando o treinador perdeu a final da Sul-Americana para o Racing, da Argentina. Ele também terminou a última Série A fora da zona de classificação à Copa Libertadores, o que aumentou a insatisfação dos torcedores.
Neste ano, o Cruzeiro disputou cinco jogos: amistosos contra São Paulo (1 a 1) e Atlético (0 a 0), além das três rodadas iniciais do Estadual, diante de Tombense (1 a 0), Athletic (0 a 1) e Betim (1 a 1).
Retrospecto dos técnicos do Cruzeiro de 2022 a 2025
- Pezzolano – 38 vitórias, 13 empates e 17 derrotas (62,2% de aproveitamento)
- Pepa – oito vitórias, oito empates e 10 derrotas (41% de aproveitamento)
- Zé Ricardo – três vitórias, dois empates e cinco derrotas (36,7% de aproveitamento)
- Larcamón – sete vitórias, quatro empates e três derrotas (59,2% de aproveitamento)
- Seabra – 17 vitórias, oito empates e 10 derrotas (56,2% de aproveitamento)
- Diniz – Quatro vitórias, nove empates e sete derrotas (35% de aproveitamento)