(foto: Ahmad Mora / Getty Images)
O treinador José Mourinho segue acumulando polêmicas em sua carreira, dessa vez em sua passagem na Turquia. No episódio mais recente, o comandante recebeu quatro jogos de suspensão da Federação Turca de Futebol por declaração forte e acusação de racismo no clássico entre Fenerbahçe e Galatasaray. Assim, a entidade que administra o futebol local comunicou sua decisão, nesta quinta-feira (27), e esclareceu que “atitude contra o espírito esportivo e insultos” motivaram a sua resposta.
A Federação de Futebol da Turquia esclareceu que a ausência do técnico português em dois jogos é consequência de ofensas e críticas ao padrão do desempenho da arbitragem no país. Isso porque a arbitragem no clássico teve a condução do esloveno Slavko Vincic. Assim, Mourinho afirmou que se escolhessem um juiz turco, a partida seria uma catástrofe.
“Depois do jogo, agradeci a Slavko Vincic por ter arbitrado essa grande partida. Se tivesse sido um árbitro turco, teria sido um grande desastre”, ressaltou o técnico português.
Portanto, os outros dois jogos de suspensão são motivados pelas denúncias de injúrias racistas contra o próprio. O técnico demonstrou insatisfação contra o comportamento dos oponentes. No caso, o incômodo de Mourinho foi por reclamações abusivas dos jogadores dos Galatasaray, que estavam no banco de reservas.
“O objetivo do Galatasaray era forçar um cartão amarelo para um jogador de 18 anos já no 20º segundo. Eles são muito fortes nesse tipo de estratégia desonesta. Se fosse um árbitro turco, Yusuf teria sido advertido imediatamente. E o banco deles pulava como macacos em cima do garoto”, relatou Mourinho.
Rival na Turquia fica na bronca com Mourinho
Posteriormente, o Galatasaray se manifestou com repúdio e prometeu se movimentar em busca das medidas cabíveis após o empate no clássico turco.
“O técnico do Fenerbahçe, José Mourinho, tem usado regularmente palavras depreciativas contra o povo turco desde que chegou ao país. Agora, ele adicionou uma retórica desumana às suas declarações imorais. Informamos que apresentaremos uma queixa criminal ao Ministério Público em relação a essas declarações racistas de José Mourinho e também apresentaremos uma queixa à UEFA e à FIFA”, frisou o oponente.
Ex-comandados defenderam o técnico português
Apesar das acusações de racismo, Mourinho recebeu o apoio do atacante marfinense Didier Drogba, um ídolo do Galatasaray. Os dois trabalharam juntos no Chelsea e o jogador africano desmentiu que o comandante seja preconceituoso.
“Vi os comentários recentes sobre José Mourinho. Acredite em mim quando digo que conheço José há 25 anos e que ele não é racista, e a história (passada e recente) está aí para provar isso. Como meu pai poderia ser racista?”, detalhou em sua conta no X, o antigo Instagram.
O ganês e ex-meio-campista Essien postou uma foto e saiu em defesa de Mourinho. O treinador do Galatasaray, Okan Buruk, aliás, expôs toda a sua indignação pela declaração de Mourinho, em entrevista à imprensa da Turquia.
“Depois de três anos, estou falando com meus colegas da Espanha por razões que não são esportivas. Suas palavras foram totalmente inapropriadas, não entendo o motivo desse comentário. Sou um ser humano, não um macaco”, pontuou o comandante adversário.
Por tal afirmação e outras atitudes, Okan ficará suspenso de um compromisso do Galatasaray como punição. Ainda por cima, o Fenerbahçe, time de Mourinho, terá que atuar em dois embates sem a presença da torcida por maus comportamentos. Além disso, o comandante português precisará também que pagar duas multas, uma de 34,5 mil euros (cerca de R$ 239 mil na cotação atual) somada aos quase três mil euros (pouco mais de R$ 18 mil) por outra infração.
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