Que o futebol feminino no Brasil é muitas vezes sucateado e colocado de lado pelas grandes entidades e clubes, não é um segredo. Algumas denúncias sobre a falta de atenção à modalidade já foram denunciadas nacionalmente – como a polêmica envolvendo o Atlético, que deixou de lado o time feminino e não deu a mínima estrutura para as atletas – mas a mais recente ficou escancarada na disputa Copa Libertadores.
No sábado (19/10), o Corinthians levantou a taça da Libertadores pela quinta vez. Potência do futebol feminino no Brasil e no mundo, o time não recebe as mesmas condições e atenção que o futebol feminino. Apesar da quantidade de títulos empilhados, a equipe teve que ir às redes para pedir respeito.
Para entender o protesto das atletas é preciso voltar para o início da competição. Inicialmente, o torneio seria disputado no Uruguai. Contudo, dois meses antes do começo, a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) anunciou a mudança na sede da competição para Assunção, no Paraguai.
Ao todo, 16 times disputaram a taça. Ao longo da competição, as condições dos gramados chamaram atenção. A meia Gabi Zanotti, do Corinthians, não poupou críticas e reclamou das condições do gramado do estádio Arsenio Erico, após a equipe eliminar o Olímpia, no último sábado (12/10).
A jogadora do Corinthians também expôs as condições do ônibus cedido pela organização da competição. Na foto, é visível a situação precária do transporte.
Outro ponto criticado foi a falta de divulgação e atenção da Conmebol com a competição. Os estádios, na maioria dos jogos, contaram apenas com arquibancadas vazias. Na grande final, era possível ouvir certo eco na transmissão.
O protesto
Depois de levantaram a taça, as jogadoras compartilharam vídeo nas redes sociais protestando sobre todas as situações. Na gravação, elas citam os problemas que encontraram ao longo da Libertadores.
“Ganhamos, mas nem tudo é festa. Mudança de sede de última hora. Falta de divulgação. Campos ruins. Risco de lesões. Apenas 20 atletas inscritas. Jogos de três em três dias. Estádios vazios. Proibido aquecer no campo de jogo. Estruturas precárias. Isso é uma falta de respeito. Inadmissível. Não só com o Corinthians, mas com todas as atletas, todos os clubes, todos os países. Queremos respeito para crescermos juntas”, falaram em conjunto.
A notícia Jogadoras do Corinthians protestam após título da Libertadores: ‘Queremos respeito’ foi publicada primeiro no No Ataque por Izabela Baeta.