(foto: Pedro Bueno / No Ataque)
São Paulo – Possivelmente, será a última dança de uma precursora. Primeira boxeadora brasileira a chegar a uma final de Olimpíada, Beatriz Ferreira está cogitando se despedir do boxe olímpico em Paris 2024 com o intuito de focar no profissional. Favorita ao ouro nos Jogos Olímpicos, a atleta de 31 anos também revelou as vantagens de estar competindo nos dois tipos do esporte.
Beatriz Ferreira é o grande nome da modalidade no Brasil. Nascida em Salvador, a baiana esteve na final dos últimos três mundiais de boxe olímpico – venceu em 2019 e 2023, e ficou em segundo em 2022 – e lidera o ranking da International Boxing Association (IBA) na categoria até 60kg. Só que ela quis ir além em meio ao esporte. E já conseguiu.
Em meio ao ciclo entre Tóquio 2021 e Paris 2024, a lutadora “se atreveu” ao experimentar o boxe profissional e já obteve a glória máxima. Beatriz bateu a argentina Yanina Lescano em 27 de abril deste ano e conquistou o cinturão do peso-leve da Federação Internacional de Boxe (IBF). Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a atleta brasileira falou sobre conciliar os dois tipos de boxe e destacou as “cartas na manga” que adquiriu com os treinos no profissional.
“É o mesmo esporte, mas totalmente diferente. Está sendo um trabalho duro. Eu acho que usei um como combustível do outro. Eu aprendi muito com o treinamento do profissional e estou utilizando no olímpico. Acho que isso me deu um upgrade, umas cartas na manga. E eu sei que não vou manter os dois por muito tempo, pois estou no ‘finzinho’ do olímpico. Eu acho que aprendi bastante, já deixei o meu legado. Estou indo para os Jogos e acredito que vou me despedir. E daí então, só focar no profissional, porque eu quero também colecionar cintos agora”
Beatriz Ferreira, boxeadora brasileira
Despedida de Beatriz Ferreira será em Paris 2024?
Em meio à reflexão sobre as vantagens em estar nos dois tipos de boxe, Beatriz Ferreira afirmou que deve estar se despedindo dos Jogos Olímpicos em Paris. Ela estreou em Tóquio 2021, chegou à final e ficou com a medalha de prata ao perder para a irlandesa Kellie Harrington. Agora, a bicampeã pan-americana (2019 e 2023) quer encerrar a participação olímpica e focar no profissional para abrir mais portas para as suas sucessoras.
“Provavelmente sim, mas o futuro a gente deixa na mão de Deus. Vamos ver o que ele tem aí. Mas no planejamento hoje, o meu encerramento será em Paris. Eu acho que é um grande evento, eu fecharia com chave de ouro. E já com novas ambições, novas metas, que é fazer história também no profissional, mostrar que o brasileiro também é muito bom também no profissional, e trazer mais oportunidades para a galera que sonha em estar fazendo isso também”
Beatriz Ferreira, única brasileira a ser finalista no boxe em uma Olímpiada
No boxe olímpico, o Time Brasil já conquistou duas medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze, estando assim na oitava posição no ranking de medalhas brasileiras em cada esporte dos Jogos Olímpicos. Em Tóquio 2021, por exemplo, o boxe foi a modalidade que deu mais medalhas ao país – foram três -, ao lado de natação e skate.
Em Paris 2024, o Brasil terá, além de Beatriz Ferreira, a presença de Caroline Almeida (50kg), Tatiana Chagas (54kg), Jucielen Romeu (57kg feminino)e Bárbara dos Santos (66kg feminino) no feminino, enquanto Michael Trindade (51kg masculino), Luiz Oliveira (57kg masculino), Wanderley Pereira (80kg masculino), Keno Marley (92kg masculino), Abner Teixeira (acima de 92kg masculino) no masculino.
