Ex-dirigente do Cruzeiro, Carlos Ferreira Rocha, que integrou o Conselho Gestor entre janeiro e maio de 2020, criticou o zagueiro Fabrício Bruno, do Flamengo, após a informação que o clube celeste fez uma proposta para adquiri-lo.
Carlos Ferreira alegou que Fabrício Bruno procurou a Justiça para sair do Cruzeiro em 2020.
“Sou contra todos aqueles que no nosso pior momento viraram as costas para o Cruzeiro. Fabrício Bruno foi um dos primeiros a ajuizar ação trabalhista para ‘tomar’ os direitos econômicos do Cruzeiro. Ainda falam que foi por causa do FGTS que não foi depositado”, disse.
Sou contra todos aqueles que no nosso pior momento, viraram as costas para o Cruzeiro.
Fabrício Bruno foi um dos primeiros a ajuizar ação trabalhista para “tomar” os direitos econômicos do Cruzeiro.
Ainda falam que foi por causa do FGTS que não foi depositado. pic.twitter.com/xuESAehD0W— Carlos Ferreira Rocha (@_carlosCEC) January 2, 2025
“A única solução não era a Justiça. Havia um planejamento (administrado pelo Pedrinho) para saldar os débitos com os jogadores. Os ‘espertinhos’ foram para Justiça não por causa do salários ou FGTS atrasados, mas sim pelos direitos econômicos que valiam dezenas de milhões…”, acrescentou.
A única solução não era a justiça.
Havia um planejamento ( administrado pelo Pedrinho) para saldar os débitos com os jogadores.
Os “espertinhos” foram para justiça não por causa do salários ou FGTS atrasados, mas sim, pelos direitos econômicos que valiam dezenas de milhões…
— Carlos Ferreira Rocha (@_carlosCEC) January 2, 2025
A disputa entre Fabrício Bruno e o Cruzeiro teve início em dezembro de 2019, logo após a confirmação do rebaixamento da Raposa à Segunda Divisão. À época, o defensor entrou na Justiça do Trabalho com um pedido de rescisão unilateral do contrato. O valor inicial da causa era de R$ 3,5 milhões, mas poderia superar R$ 4 milhões.
O jogador cobrava pagamentos atrasados de direitos de imagem de junho a novembro de 2019, além de FGTS, pendente desde maio, e os vencimentos totais até o fim do vínculo, que na ocasião iria até dezembro de 2021. Ele também incorporou ao processo multas, verbas rescisórias e parcela do 13º não paga.
Pouco antes de travar uma disputa na Justiça com o zagueiro, o Cruzeiro rejeitou uma investida do Celtic, da Escócia, de 3 milhões de euros (R$ 13,5 milhões, à época). A diretoria não quis conversar por tais valores, alegando que o atleta tinha potencial de render uma quantia bem maior aos cofres celestes.
Zagueiro teve proposta do Bragantino
Em janeiro de 2020, em meio ao imbróglio, o Cruzeiro havia encaminhado a venda do zagueiro para o Red Bull Bragantino. O clube paulista pagaria R$ 2,8 milhões à Raposa, que, por sua vez, repassaria R$ 800 mil ao jogador como pagamento de remunerações atrasadas. Em contrapartida, Fabrício retiraria a ação na Justiça.
Contudo, o Bragantino retirou a oferta de compra dos direitos econômicos do atleta no dia 9 de janeiro. A justificativa dada na oportunidade foi de que a matriz da Red Bull, sediada na Áustria, decidiu não participar de uma negociação que envolvia decisão jurídica.
Fabrício Bruno rescindiu contrato com a Raposa
Cinco dias depois, o Cruzeiro acertou a rescisão de contrato com Fabrício Bruno. Para ser liberado, o zagueiro se comprometeu a retirar a ação na Justiça contra o clube mineiro. Ele também abriu mão dos salários pendentes, além de efetuar aporte financeiro de R$ 500 mil nos cofres da Raposa como multa.
Na operação, o Cruzeiro ainda manteve 25% dos direitos econômicos para uma venda futura. Livre no mercado, ele foi seduzido por uma nova proposta do Bragantino dias depois.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, em 26 de fevereiro de 2020, Fabrício expôs sua versão da saída do Cruzeiro e disse ter ficado aliviado por resolver a situação com a equipe que o revelou para o futebol.
“Foi uma situação muito difícil se tratando do clube que me revelou, que me apresentou para o futebol nacional. Mas algumas decisões precisam ser tomadas pelo lado profissional, pensando na minha carreira, na minha família. Confesso que foi muito difícil, mas hoje me sinto aliviado pela situação que eu me propus. Conversei com a minha família e vi que era o que tinha que ser feito. Fico triste, mas é uma decisão pessoal, não profissional”, disse.
Passagem de Fabrício Bruno pela Toca
Revelado na Toca I, Fabrício Bruno jogou 34 partidas e marcou um gol pelo Cruzeiro, somados os números das temporadas 2016 e 2019.
Durante o período de contrato com o Cruzeiro, ele foi emprestado à Chapecoense para ganhar experiência entre 2017 e 2018. No time catarinense, fez 60 jogos e dois gols.
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