20/09/2024
00:53

dirigente do Atlético assume responsabilidade e aponta alternativas

Bruno Muzzi, CEO Do Atlético, em entrevista coletiva na Arena MRV (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O CEO do Atlético e da Arena MRV, Bruno Muzzi, admitiu o incômodo com o tratamento acústico do estádio alvinegro. Desde a inauguração, o estádio é criticado pelos torcedores pelo fato de os cantos de incentivos da arquibancada reverberarem de forma potente.

Nesta quinta-feira (11/7), em entrevista coletiva, Muzzi assumiu a responsabilidade pelo problema na Arena e explicou as medidas para que serão implementadas para transformar a Arena MRV em um ‘caldeirão pulsante’.

“A responsabilidade é minha. Estou desde o primeiro momento da construção da Arena. Naquele momento, tínhamos duas questões do licenciamento: atender o licenciamento ou não levar a obra para frente. A decisão foi tomada por mim, e atendemos a questão do licenciamento. De fato, existe um problema, não há como fugir dessa situação”, iniciou o dirigente.

“A Arena MRV tem uma cobertura feita para absorver 95dB internamente, e não tem pegado o ‘fogo’ que todos nós queremos. Todos nós queremos uma Arena MRV pulsante, e não há nada que nos incomode mais neste momento do que esse assunto. Precisamos assumir isso e ver quais medidas podemos adotar daqui para frente”, acrescentou.

Distribuição da torcida contribui para o problema?

Muzzi também apontou que a distribuição da torcida pelos setores da Arena MRV também contribui para o problema acústico. 

“Nos primeiros jogos, entre agosto e setembro de 2023, já estava claro para a gente que não estava funcionando. Em dezembro de 2023, começamos um planejamento de quais seriam os caminhos a serem adotados. Como todo problema, não existe uma causa raiz. É um acúmulo de situações que gostaria de caracterizar em três pontos: precisamos de uma uniformidade de canto, com todo mundo tentando cantar ao mesmo tempo; a coordenação desse canto; e a questão da cobertura”, apontou.

“A gente tem trabalhado bastante para que as torcidas fiquem em um setor único para que o canto seja mais potente. De fato, não conseguimos que todas as torcidas fiquem no mesmo espaço. Tivemos a suspensão da Galoucura e algumas imposições da PM, que impedem que algumas baterias fiquem juntas. Estamos trabalhando, e isso vem começando a acontecer”, afirmou. 

Implementação de sistema de captação de som

Bruno Muzzi citou exemplos de famosos ‘caldeirões’ para demonstrar o entendimento do problema acústico da Arena MRV. De acordo com o CEO, um sistema de captação de som, chamado Voice Lift, utilizado em outros estádios modernos, foi testado no estádio do Galo e apresentou bons resultados iniciais.

“A gente percebe em estádios sem cobertura, como Bombonera e Monumental de Núñez. Esses estádios não têm cobertura, não teriam uma acústica pior. Não tem nada que bate e volte para o estádio, mas mesmo assim são caldeirões que fervem, porque todas as pessoas cantam juntas. No nosso caso, isso não acontece, porque a cobertura absorve um pouco mais”, observou.  

“O que a gente precisa fazer? Estamos usando um sistema chamado Voice Lift, usado em diversos estádios mais modernos em função do tipo de cobertura. Os estádios antigos eram de concreto. Os mais modernos, depois de 2014, você tem outros tipos, como lona, metálica, que é a nossa. Tem a do Athletico-PR, que é puro metálico, fechado. A do Maracanã, aquela lona parecendo a de circo, chamada PTFE, que a gente estudou para a Arena também”, contou. 

“Esse sistema é uma captação sonora que faz que o som captado seja distribuído ao longo do estádio nos mesmos tempos. Ou seja, para ter essa uniformidade, quem está mais perto, recebe o som mais rápido, e quem está mais atrás, recebe o som mais demorado. Na hora que isso acontece, existe a coordenação. A gente fez o primeiro teste no jogo contra o Flamengo e houve uma percepção de melhoria. Tivemos 105dB. A gente mediu isso. As medidas do Maracanã atingiram 97dB. A do Athletico-PR também precisa desse sistema, apesar de não ter o mesmo tratamento acústico que nós temos. Allianz Arena, em Munique, e a do Benfica, diversos estádios têm esse sistema. Estamos seguindo essa mesma linha e está em fase de melhoramento”, acrescentou Muzzi, que revelou outra medida para solucionar o problema acústico do estádio. .

“Além disso, estamos fazendo um estúdio em paralelo, um estúdio físico. Contratamos um especialista, e esperamos que o estúdio fique pronto em dezembro deste ano e seja implementado em 2025. Estamos construindo uma sala que é uma réplica da Arena para testar diversos equipamentos para que ajude nessa melhoria do sistema sonoro” da Arena.”, concluiu o dirigente alvinegro.

Confira a matéria completa em: noataque.com.br