(foto: Johan Ordonez/AFP)
A equipe de ginástica rítmica pode fazer história na Olimpíada de Paris 2024 se subir ao pódio. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Bárbara Domingos, destaque do time, detalhou o desempenho no ciclo olímpico, o sentimento de representar o Brasil no torneio e as expectativas em relação à medalha inédita. A palavra ‘resiliência’ não sai do vocabulário da curitibana de apenas 24 anos.
Demorou, mas chegou! Amante da modalidade desde os cinco anos de idade, Bárbara batalhou bastante até, enfim, conseguir a vaga em Jogos Olímpicos. O fez ano passado, ao encerrar o Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica de Valência na 14ª colocação geral. Pela primeira vez, uma ginasta brasileira se garantiu para a disputa individual na Olimpíada pelo Mundial.
Resultados positivos de Bárbara a tornaram destaque
A classificação é resultado de trabalho contínuo e positivo. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, Bárbara conquistou a prata na fita. Terminou a participação no Mundial de 2021 em 17º lugar. Na Copa do Mundo da Bulgária, disputada em 2023, ficou com o bronze. No mesmo ano, conquistou o ouro na fita no Grand Prix da França.
No Pan-Americano de Santiago, também em 2023, sagrou-se campeã na fita, na bola e no individual geral e medalhista de prata nas maças e no arco. Ela encerrou a competição como a brasileira com mais medalhas, ao lado de Stephanie Balduccini, da natação, e Flávia Saraiva, da ginástica artística. Na prova mista da ginástica artística, a equipe do Brasil subiu no lugar mais alto do pódio.
“Ser campeã do Pan foi muito importante pra gente. Precisávamos confirmar que eu era campeã pan-americana, defender meu título. Foi importante nesse ciclo para fazer, também, os últimos ajustes nas séries para a Olimpíada e para o campeonato aqui na Romênia”, compartilhou Bárbara.
O nervosismo é inevitável, mas a felicidade de poder representar o Brasil na Olimpíada supera qualquer frio na barriga que queira atrapalhar. Bárbara sonha com a medalha olímpica, mas quer, acima de tudo, viver a experiência.
É um misto de emoções. A gente vai tentar desfrutar o máximo desse momento. Ser finalista é algo que a gente sonha muito. Sabe que é um pouco difícil, mas está trabalhando para ter o melhor resultado. Se a final vier, ficaremos felizes porque estaremos entre as 10 melhores do mundo. Seria brindar tudo que a gente já fez
Bárbara Domingos, ginasta
O início de ano ‘morno’ não freou Bárbara. Para ela, ser resiliente é essencial nesses momentos e em outros de mais dificuldade. Em 2021, por exemplo, ela precisou tratar uma lesão no quadril. Em 2022, outra lesão no pé a tirou dos campeonatos por nove meses.
“O que melhor me define é a resiliência. O começo da temporada não foi como eu esperava. Foi difícil, eu diria, mas eu tive a cabeça fria, determinada, com meu objetivo claro que era a Olimpíada. Não que as outras competições não fossem, mas eu sabia que eram uma preparação e eu tinha que confiar no processo. Foi um pouco duro o processo até a Olimpíada, mas eu sei que tudo tem o seu caminho, seu tempo. Eu deixei acontecer da melhor forma possível”, finalizou.
Convocadas da Seleção de Ginástica Rítmica
A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) divulgou, na última sexta-feira (5/7), as atletas da ginástica rítmica que representarão o país na Olimpíada de Paris. Camila Ferezin e Bruna Rosa, técnica e assistente técnica, respectivamente, elaboraram a lista.
As titulares são Débora Medrado, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira e Victória Borges. Mariana Pinto, Giovanna Silva, Gabriella Coradine e Bárbara Urquiza entram como reservas.
No individual, Bárbara Domingos é a titular. Márcia Naves é a treinadora da curitibana. Como suplente, está Maria Eduarda Alexandre.
Entre 12 e 14 de julho, as atletas da ginástica rítmica da Seleção Brasileira disputam a Copa do Mundo na Romena, em Cluj-Napoca. O torneio serve como preparação para os Jogos Olímpicos.
