(foto: Rafael Ribeiro/CBF
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A Seleção Brasileira fará o último compromisso na atual data Fifa nesta terça-feira (10/9). O Brasil enfrenta o Paraguai às 21h30 (de Brasília), no Defensores del Chaco, em Assunção, pela oitava rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Antes do confronto, o lateral-direito e capitão Danilo avaliou o momento da equipe nacional.
Danilo não focou tanto na partida em si. A Seleção Brasileira tem sido alvo de críticas por muitos motivos, desde a constante troca de técnicos recente até o desempenho e os resultados, que têm deixado a desejar.
O capitão deixou claro que entende a postura de parte da torcida e deu seu panorama sobre o que vem acontecendo com a Seleção. Ele destacou que, hoje, vê o Brasil “um passo atrás” das potências do futebol mundial muito em função da organização da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, foi alvo de críticas do defensor nesta segunda-feira.
“Eu separo por duas colunas: a primeira diz respeito à qualidade dos jogadores, o material humano. Nisso, a Seleção continua sendo das melhores do mundo. Eu levo duas temporadas no futebol europeu, acho que tenho alguma propriedade para falar em relação a isso. E estou seguro daquilo que estou falando, de que quanto à matéria prima, continua sendo das melhores do mundo. Só que existe uma coisa que existe em outros países né, no mundo inteiro, que é organização, planejamento. Enxergar sempre mais adiante daquilo que se está vivendo no momento. E eu estou seguro de que nisso nós deixamos a desejar a algum tempo. Nos outros dois ciclos, mesmo tendo isso muito bem feito, não conseguimos vencer. Então você pensa, se não conseguimos tendo aquilo e não conseguimos vencer com tudo minuciosamente bem, estamos um passo atrás”, disse em coletiva.
O jogador complementou: “A Seleção Brasileira num geral teve muita instabilidade, nomes, treinadores, estratégias, planos. Demorou a pensar no caminho. Perdeu-se tempo em relação a isso e faz com que a gente esteja um passo atrás das principais potências no campo. Tudo isso porque o nosso conjunto de matéria prima e organização ainda não está bem feito. Agora, com o Dorival, pode-se dizer que as coisas tomaram um caminho de planejamento. Depois da Copa do Mundo, perdemos tempo, e deixei isso bem claro para o presidente. Isso faz com que a gente esteja um passo atrás”.
Desculpas ao torcedor por confusão
Danilo também aproveitou uma das perguntas da coletiva de imprensa para pedir desculpas publicamente a todos os torcedores que se sentiram ofendidos pelo episódio em que ele discutiu com um fã na arquibancada. A confusão ocorreu quando o torcedor criticou a Seleção após o empate sem gols contra a Costa Rica, na primeira rodada da Copa América.
“Primeiramente, em relação a essa comparação de palavras ao vento e atitudes, eu gostaria de voltar um pouco no jogo de estreia da Copa América. Gostaria de pedir desculpas a todo torcedor que se sentiu ofendido com aquele meu encontro com um torcedor ao fim da partida. Acho que o futebol é totalmente passional, as emoções estão sempre à flor da pele. O torcedor tem todo o direito de cobrar, de criticar, de expor seus pensamentos. Sou humano e reconheço que naquele momento tive uma atitude que, como atleta, como pai, como capitão da Seleção Brasileira, eu não deveria ter tido”, comentou o atleta.
O lateral-direito afirmou que para aproximar o torcedor novamente da Seleção Brasileira é preciso encontrar um padrão de demonstração de raça dentro de campo. Para ele, tal postura já foi mostrada na vitória por 1 a 0 sobre o Equador, nessa sexta-feira (6/9).
“Com relação ao que esperar de nós, acho que temos que encontrar um um equilíbrio, um padrão de luta dentro de campo, de raça mesmo, que é muitas vezes aquilo que o torcedor pede. Acho que demonstramos muito bem nesse último jogo, muitas vezes em um contra-ataque, o retorno dos nossos atacantes e dos meias, voltavam sempre muito rápido atrás da linha da bola, algo muito bonito de se ver. Isso também é um dos motivos pelos quais não sofremos muitos gols. E temos que manter um nível, não podemos ficar oscilando. Temos que manter um nível mínimo de disposição, de entrega, de luta. Acho que isso faz com que as pessoas olhem e digam: ‘Estão vestindo a camisa da Seleção Brasileira com determinação’. Temos que manter uma linha”, concluiu.
Danilo projeta confronto diante do Paraguai
Danilo, claro, também foi questionado sobre o que a Seleção espera para este confronto diante do Paraguai. O capitão destacou que sabe da expectativa em cima da equipe nacional, mas disse que será um duelo muito difícil, de muita fisicalidade e muitas faltas.
“É curioso isso, porque realmente a expectativa aumenta. Todo mundo espera um tipo de jogo, mas o Paraguai sempre foi uma equipe muito física. Jogos de Eliminatórias, assim como jogos de Libertadores aqui na América do Sul, são muito especiais, com características muito diferentes daquilo que é o futebol europeu. É muito difícil conseguir ter andamento no jogo, um jogo às vezes muito faltoso, onde o árbitro para, tem que chamar a atenção. O jogo muitas vezes não anda, então isso que prejudica o desempenho. Nós vencemos nas Eliminatórias aqui e fazia sei lá quantos anos que isso não acontecia. Então, assim, claro que a expectativa aumenta e nós temos que saber lidar com isso, a espera de um desempenho mais vistoso da Seleção Brasileira, mas os jogos são mesmo difíceis, independente do momento do Paraguai. É uma equipe difícil, que corre, que luta”, projetou o jogador.
Por fim, Danilo valorizou o triunfo sobre o Equador na última sexta-feira, mesmo com a Seleção tendo um desempenho abaixo do que sabe que pode produzir. Ele apontou que, com a vitória, o ambiente ficou muito mais tranquilo para a correção de erros.
“Outro dia o resultado era muito importante, porque a gente vinha de um mau humor por assim dizer, de uma tristeza por tudo aquilo que foi a Copa América, por toda a expectativa que tinha e o resultado não alcançado. Junto a isso, a nossa posição na tabela das Eliminatórias. Então era importante vencer, dar um sinal, subir posições. E quando se vence, fica muito mais fácil corrigir as coisas, o ambiente melhora. Isso facilita superar os obstáculos, esse é o caminho. Claro que nós queremos jogar bem, temos muito o que melhorar e estamos conscientes disso. Esse é o primeiro passo”, finalizou o atleta.
