(foto: JUAN MABROMATA / AFP)
Com Fernando Diniz, o Cruzeiro vem se adaptando às trocas de passes desde o campo de defesa e à manutenção da posse de bola. A estratégia proporciona o controle das ações à equipe, porém pode causar sustos nos torcedores quando os adversários pressionam a marcação.
Neste sábado (23/11), às 17h, a Raposa enfrenta o Racing, da Argentina, na final da Copa Sul-Americana. A pergunta feita a Diniz na entrevista coletiva em Assunção, no Paraguai, abordou um tema frequentemente debatido. Os jogadores estarão “autorizados” a dar chutão na bola para evitar possíveis riscos?
Diniz afirmou que o Cruzeiro já “chuta muitas bolas para frente” – às vezes de forma desnecessária. Para o treinador, o time sofreu gols na vitória por 2 a 1 sobre o Criciúma e na derrota pelo mesmo placar para o Corinthians, no Campeonato Brasileiro, por ter “se livrado” da redonda em momento que demandava calma e tranquilidade.
“Não sei se a palavra certa é ‘coragem’. Talvez, ‘inteligência’. Coragem para abdicar, mas… Esse é um tipo de discurso que carece um pouco de fundamentação. Não sei se isso quer dizer ‘chutar a bola para frente’. Acho que na cabeça de vocês é isso, chutar a bola para frente. A gente chuta muitas bolas para frente em todos os jogos, mas não contabiliza que a gente chuta a bola para frente. Então, essa pergunta carece de sentido de maneira, na minha opinião, quase total, porque não é isso que acontece”, iniciou Fernando Diniz.
“Se você pegar contra o Criciúma, os dois gols que a gente tomou, a gente jogou a bola para frente sem necessidade e toma o gol logo na sequência. Contra o Corinthians, a gente também dá um chutão para frente e toma o gol. O time tem que saber jogar, a gente tem que ter coragem e inteligência para tentar fazer o melhor jogo possível para ganhar as partidas e, no caso de amanhã, para ter a chance de vencer o campeonato. Quero essa percepção, e os jogadores têm liberdade para fazer isso. A gente só sai jogando quando aquilo é mais vantajoso para a gente fazer o gol que tomar o gol”, continuou.
Fazer ‘o que o jogo pede’
O técnico garante que os atletas poderão tomar as melhores decisões de acordo com “o que o jogo pede”. Se verificar alguma necessidade de correção, Diniz transmitirá as orientações à beira do gramado e no vestiário do estádio.
“A característica que tenho – e isso não pretendo mudar – é de dar liberdade aos jogadores para eles perceberem o que o jogo pede, porque eles estão treinados tanto para chutar todas as bolas se precisar, quanto para sair jogando. Isso é o que eles vão decidir amanhã. E eu tenho confiança plena de que os jogadores estão imbuídos e são capazes de fazer a leitura que precisa do jogo. E a gente vai estar ali para poder dar alguma orientação no campo e no intervalo, se precisar, fazer alguma correção”.
Fernando Diniz, técnico do Cruzeiro
Onde assistir a Racing x Cruzeiro?
O SBT e a TV Alterosa transmitem o jogo Racing x Cruzeiro pela decisão da Sul-Americana. A partida está marcada para este sábado (23/11), às 17h, no Estádio General Pablo Rojas, conhecido como La Olla Azulgrana, em Assunção, no Paraguai.
A final da Sula em 2024 será a terceira entre os clubes. O retrospecto mostra um título para cada lado: o Racing venceu a Supercopa Libertadores em 1988, enquanto o Cruzeiro ganhou a mesma competição em 1992.
O campeão da Copa Sul-Americana terá vaga na fase de grupos da Libertadores de 2025 e disputará também a Recopa continental.
