Com contrato até o fim de 2025, Fernando Diniz ficará no Cruzeiro para a próxima temporada. Essa foi a definição do clube após uma reunião entre o técnico e Pedrinho, dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste na manhã de segunda-feira (9/12). A decisão contraria o histórico recente da própria Raposa, e faz Diniz viver situação que apenas Mano Menezes e Adilson Batista passaram nas últimas dez temporadas.
Na quinta-feira (5/12), a notícia que Fernando Diniz seria demitido ao fim do Campeonato Brasileiro começou a circular. A informação, extraoficial, deixou o treinador irritado na entrevista coletiva de domingo (8/12), após a vitória sobre o Juventude por 1 a 0, no Alfredo Jaconi, pela 38ª e última rodada da Série A, e Pedro Lourenço contornou a situação nesta segunda-feira.
No primeiro dia após o fim da temporada esportiva, Pedrinho e Diniz se reuniram na sede do grupo Supermercados BH, em Belo Horizonte, e foi definido que o técnico cumprirá o seu contrato. Em 15 partidas sob comando do treinador, o Cruzeiro teve três vitórias, seis empates e seis derrotas – aproveitamento de 33,3% -, marcou 13 gols e levou 19.
A manutenção, apesar do desempenho ruim, é algo raro nos últimos anos do Cruzeiro. Desde 2015, apenas Mano Menezes, em 2016, Adilson Batista, em 2019, e, agora, Fernando Diniz, em 2024, foram mantidos pelo clube celeste para a temporada seguinte, mesmo sem conquistar títulos no ano.
Manutenção de trabalho
Nas últimas dez temporadas, ou seja, de 2015 a 2024, o Cruzeiro deu sequência ao trabalho na temporada seguinte mesmo sem título apenas em três ocasiões.
Em 2016, Mano Menezes iniciou a sua segunda passagem pela Raposa em julho para substituir Paulo Bento e chegou à semifinal da Copa do Brasil, além de terminar em 12ª posição no Brasileiro. Ele foi mantido para a temporada seguinte e ficou até 2019, conquistando o bicampeonato da Copa do Brasil em 2017 e 2018 e o bi do Mineiro em 2018 e 2019.
Já a oportunidade de sequência de Adilson Batista foi bem diferente. O técnico assumiu o cargo, deixado por Abel Braga, em 29 de novembro de 2019 com a missão de evitar o rebaixamento à Série B restando somente três rodadas. Porém, o técnico não conseguiu, e a equipe caiu para a Segunda Divisão, competição que Adilson nem chegou a disputar em 2020, já que foi demitido ainda na fase inicial do Mineiro.
Logo, Fernando Diniz deve desejar se espelhar nos caminhos traçados por Mano após a continuação do trabalho, tendo em vista os títulos conquistados nas temporadas seguintes. Anunciado em 24 de setembro de 2024, Diniz substituiu Fernando Seabra, mas não teve bom desempenho no Brasileiro – terminou em nono – e foi vice-campeão da Copa Sul-Americana.
A situação vivida por Mano e Adilson e que Diniz tende a passar é tão rara que até mesmo alguns experientes treinadores não seguiram no comando do Cruzeiro após finalizar a temporada sem taças. Isso ocorreu com o mesmo Mano Menezes, em 2015, Felipão, em 2020, Vanderlei Luxemburgo, em 2021, e Paulo Autuori – que comandou de forma interina com Fernando Seabra -, em 2023.
Técnicos que terminaram temporadas pelo Cruzeiro nos últimos 10 anos
- 2015: Mano Menezes terminou sem título e saiu – Deivid iniciou a temporada seguinte;
- 2016: Mano Menezes terminou sem título e foi mantido;
- 2017: Mano Menezes terminou com título da Copa do Brasil e foi mantido;
- 2018: Mano Menezes terminou com títulos do Mineiro e da Copa do Brasil e foi mantido;
- 2019: Adilson Batista terminou sem títulos e foi mantido;
- 2020: Felipão terminou sem título e saiu – Felipe Conceição iniciou a temporada seguinte;
- 2021: Vanderlei Luxemburgo terminou sem título e saiu – Paulo Pezzolano iniciou a temporada seguinte;
- 2022: Paulo Pezzolano terminou com título da Série B e foi mantido;
- 2023: Paulo Autuori terminou sem títulos e saiu – Nicolás Larcamón iniciou a temporada seguinte;
- 2024: Fernando Diniz terminou sem títulos e foi mantido.
A notícia Cruzeiro contraria histórico recente ao manter Diniz, que repete Mano e Adilson foi publicada primeiro no No Ataque por Pedro Bueno
