(foto: Reprodução/youtube)
O pedido de desculpas do narrador Sérgio Maurício, da Band, após um comentário transfóbico na rede social X (antigo Twitter) contra a deputada Erika Hilton (PSOL) segue repercutindo na mídia. Em uma coluna publicada nesta segunda-feira (3/3), a jornalista Milly Lacombe criticou a retratação do locutor da Fórmula 1, classificando-a como um gesto de “covardia” e isenção de responsabilidade.
No texto, Lacombe analisou a escolha de palavras de Sérgio Maurício, destacando que a expressão “a quem tenha se ofendido” minimiza a gravidade do ocorrido e transfere para a vítima a responsabilidade pela reação.
“Um pedido de desculpas que utilize esse recurso não é um pedido de desculpas. É apenas se afundar na covardia e na falta de compreensão do que aconteceu”, escreveu a colunista, no site Uol Esporte.
A jornalista ainda argumentou que um verdadeiro reconhecimento do erro exige auto-responsabilização, algo que o narrador da Band teria evitado em sua nota pública. “Dizer ‘se alguém se ofendeu, eu peço desculpas’ é como dizer: você aí, que se ofende por nada, foi mal. Posso seguir com a minha vida agora?”, destacou Lacombe.
Relembre o caso
O caso envolvendo o narrador da Band teve início após um comentário transfóbico nas redes sociais. Em resposta a uma crítica à deputada Erika Hilton, uma conta com o nome de Sérgio Maurício escreveu: “Uma verdadeira fake news humana essa coisa”.
Com a repercussão, o perfil foi excluído, e o narrador inicialmente negou ser o autor da publicação. No entanto, dias depois, afastado da Band, ele admitiu ter feito o comentário e divulgou um pedido de desculpas.
Essa não é a primeira vez que o narrador se envolve em polêmicas. Em 2022, ele chamou torcedores do Flamengo de “duros e favelados” durante uma transmissão. Assim como no episódio atual, ele também se desculpou na época.
Enquanto isso, Erika Hilton afirmou que tomará medidas legais contra o narrador. Em publicação recente, a deputada classificou o episódio como inaceitável e afirmou que seguirá buscando justiça. “Permitir que isso se torne banal hoje é aceitar a morte de mais uma de nós amanhã”, declarou.