Se no Brasil muitos times jogam em estádios ligados a órgãos públicos, na Argentina é comum a equipe ter casa própria. E a tradição vai além do aspecto patrimonial: envolve uma sensação de pertencimento e identidade a um grupo com interesses e ideias em comum.
Na terça-feira, o Atlético enfrentou o San Lorenzo no Estádio Pedro Bidegain, El Nuevo Gasómetro, e empatou por 1 a 1 pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Já nesta quinta, às 21h30, o Cruzeiro encara o Boca Juniors, em La Bombonera, na primeira partida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Monumental de Núñez, do River Plate, tem 70 mil lugaresFoto: Divulgação/River Plate
La Bombonera, do Boca Juniors, comporta 49 mil espectadoresFoto: Luiz Henrique Campos/No Ataque/D.A Press
Estádio José Amalfitani, do Vélez Sarsfield (49 mil lugares)Foto: Vélez Sarsfield/Divulgação
Estádio Pedro Bidegain, El Nuevo Gasómetro, dispõe de 47 mil lugaresFoto: Divulgação/San Lorenzo
No Estádio El Palacio, do Huracán, cabem 48 mil pessoasFoto: Divulgação/Huracán
La Fortaleza, do Lanús, pode abrigar mais de 47 mil pessoasFoto: Divulgação/Lanús
El Cilindro, casa do Racing, em Avellaneda (42 mil lugares)Foto: Reprodução/Racing
Estádio Libertadores de América, casa do Independiente (42 mil lugares)Foto: Divulgação/Independiente
Estádio Eduardo Gallardón tem 35 mil lugares e é a casa do Atlético Los Andes em Lomas de ZamoraFoto: Divulgação
Estádio Centenario, do Quilmes, tem mais de 24 mil lugaresFoto: Quilmes Atlético Club
A Bombonera e o Gasómetro são apenas duas das diversas praças futebolísticas espalhadas por Buenos Aires. Reportagem publicada pelo jornal El País, em agosto de 2015, relatava a existência de 36 arenas com capacidade para mais de 10 mil espectadores na área metropolitana da capital argentina.
Desses estádios, 19 ficam em Buenos Aires, cuja população supera 3 milhões de habitantes. Considerando as cidades ao redor, o número de pessoas chega a 13 milhões.
Mapa dos estádios de futebol da Argentina
Crédito: Thiago Henrique de Morais
La Bombonera
Com capacidade para 49 mil torcedores, o Estádio de La Bombonera fica no bairro de La Boca, de cerca de 50 mil habitantes. A comunidade de 3,3 quilômetros quadrados de área foi povoada no fim do século 19 por imigrantes italianos de Gênova que trabalhavam no Porto de Buenos Aires. Construções antigas bem preservadas e prédios coloridos garantem um charme especial ao local que “respira” Boca Juniors.
Oficialmente denominado Estádio Alberto José Armando, La Bombonera recebeu esse apelido em razão do formato retangular, similar a uma caixa de bombons. A proximidade das arquibancadas com o campo faz com que os torcedores do Boca exerçam “pressão” sobre os times adversários, enquanto as cores azul e amarelo nos três anéis dão vida a um dos principais cartões-postais do futebol sul-americano.
Distância para outros estádios
Quem “turistar” por Buenos Aires certamente tem La Bombonera como um dos pontos a serem visitados em razão do contexto histórico de um dos gigantes da América do Sul. Outros estádios, porém, estão relativamente próximos.
Menos de 4 quilômetros separam a Bombonera do Estádio Tomás Adolfo Ducó, do Huracán. Chamada de El Palacio por causa da arquitetura característica da década de 1920, a construção de quase 100 anos foi palco de uma cena de ação e perseguição do filme “O Segredo dos Seus Olhos”, ganhador do Oscar de melhor produção estrangeira de 2010.
Não muito longe, a quase 5 quilômetros, estão os estádios Presidente Perón (El Cilindro), do Racing, e Ricardo Enrique Bochini (Libertadores de América), do Independiente.
As casas de Racing e Independiente pertencem à cidade de Avellaneda, no limite com a capital argentina. Os clubes rivais têm os estádios praticamente um ao lado do outro – cerca de 500 metros.
Por outro lado, o estádio do Boca fica um pouco mais longe do Monumental de Núñez, do River Plate – aproximadamente 16 quilômetros.
A cultura da casa própria
A cultura dos estádios próprios na Argentina passa pela influência britânica, uma vez que Londres, na Inglaterra, dispõe de 21 arenas que recebem competições profissionais e semiprofissionais.
Se por um lado os templos do futebol argentino ficam aquém em infraestrutura em comparação às sedes de Copa do Mundo no Brasil (Mineirão, Maracanã, Fonte Nova, etc.), por outro trazem elementos que preservam a cultura e a paixão pelo futebol dos moradores locais.
O Argentinos Juniors representou sua ligação com Diego Maradona no nome de seu estádio, com 24 mil lugares, e nas pinturas nas fachadas. O grande ídolo do futebol argentino começou a carreira no “Bicho Colorado”, que revelou outros atletas importantes no país, como Juan Román Riquelme, Esteban Cambiasso e o ex-cruzeirense Juan Pablo Sorín.
Já os muros do Nuevo Gasómetro, do San Lorenzo, trazem entre as diversas gravuras a imagem do Papa Francisco, seu torcedor mais ilustre.
Principais estádios de Buenos Aires
- Monumental de Núñez (River Plate) – 70 mil lugares
- José Amalfitani (Vélez Sarsfield) – 50 mil lugares
- La Bombonera (Boca Juniors) – 49 mil
- El Palacio (Huracán) – 48 mil lugares
- Nuevo Gasómetro (San Lorenzo) – 47 mil lugares
- Diego Armando Maradona (Argentinos Juniors) – 24 mil lugares
- Estádio Islas Malvinas (All Boys) – 21 mil lugares
Região Metropolitana
- La Fortaleza, em Lanús (Club Atlético Lanús) – 47 mil lugares
- Libertadores de América, em Avellaneda (Independiente) – 42 mil lugares
- El Cilindro, em Avellaneda (Racing) – 42 mil lugares
- Florencio Sola, em Lomas de Zamora (Banfield) – 35 mil lugares
- Eduardo Gallardón, em Lomas de Zamora (Atlético Los Andes) – 35 mil lugares
- Estádio Centenário, em Quilmes (Quilmes Atlético Club) – 24 mil lugares
- Norberto Tomaghello, em Florencio Varela (Defensa y Justicia) – 19 mil lugares