18/09/2024
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‘Avisaram que minha morte era iminente’ < No Ataque

Oliveira em jogo pelo Atlético (foto: Reprodução)

Ex-zagueiro e técnico do Atlético, Walter Olivera viveu momento dramático. Aos 71 anos, o uruguaio permaneceu em coma induzido por 34 dias em decorrência de pneumonia. Em entrevista ao jornal El Observador, contou o que se lembra do dia em que passou mal, do período inconsciente e da avaliação dos médicos.

O primeiro dia

Walter Olivera detalhou que se sentiu mal após cortar a grama do quintal de casa: “Eu sei que sentei dentro da minha casa e minha esposa verificou minha febre, como ela me conta. Não me lembro de nada. Tive uma febre de 40 graus e chamaram o médico”.

Pelo fato de Olivera ter visitado Rosário poucos dias antes, a equipe médica suspeitou que ele estava com dengue. Iniciaram o tratamento para até descobrir que tinham cometido um equívoco. Naquele período, a infecção bacteriana se espalhou pelo corpo: “Me bombardearam com remédios”.

O período inconsciente

Olivera disse que não viu nenhuma luz nem sabe se estava em cima (no céu) ou embaixo: “Única coisa que lembro é que eu estava em uma maca alta, olhei para o lado para ver se era um quarto e tinha dois ventiladores no teto. Havia três ou quatro caixões. E os ventiladores começaram a demolir o quarto inteiro e caíram em cima das gavetas. Lá eu ouvi algo parecido com minha filha dizendo ‘por que estão fazendo isso com ela?’”.

Algo que tocou o antigo jogador é a fragilidade humana: “Morrer é muito fácil Não acontece nada, é só estar ali. Você morre e tchau. Tive a sorte de voltar, mas, se tivesse morrido, pelo menos não teria sofrido”.

A avaliação dos médicos

Mesmo em coma, Olivera sentiu o apoio da família. O ex-jogador disse que a esposa e as filhas não o abandonaram em momento algum, assim como os médicos, que davam a morte como certa.

Conversamos sobre isso (sofrimento da família em caso de morte) com minha esposa, rindo de alegria, porque eu voltei. Esses 34 dias foram fatais para elas. Não podiam ficar lá à noite. Os médicos tinham avisado que era iminente que eu morresse e, bom, consegui ficar aqui

Walter Olivera, ex-zagueiro do Atlético

Acredita em deus?

Olivera relatou que não acreditava em deus. Detalhou que algo o ajudou. “Não vou dizer que agora vou sair para orar ou algo assim, mas algo me ajudou a estar aqui. Não sei se foi a força da família, das pessoas ou de alguém superior que me deixou aqui e não me levou lá para cima ou para baixo”, brincou o ex-atleta.

Depois do drama, Olivera disse estar levando a vida mais leve: “Saindo dessa situação, estou vivendo muito melhor do que antes. Muito melhor. Porque as pessoas me param na rua, conversam comigo, minha família está sempre perto de mim depois de tanto se preocupar comigo. Isso me deixa feliz”.

Walter Olivera no Atlético

Olivera atuou pelo Atlético entre 1983 e 1985. Foram 72 jogos com a camisa preta e branca e oito gols marcados – número que o coloca entre os 10 estrangeiros com mais gols pelo clube. O maior goleador é o argentino Lucas Pratto, com 42 gols em 107 partidas.

O uruguaio ajudou o time a conquistar dois Campeonatos Mineiros. Na edição de 1985 atuou como zagueiro e treinador. No comando da equipe, foram apenas 20 jogos naquele ano.

Antes de ser contratado pelo Atlético, Olivera se tornou ídolo do Peñarol, com sete títulos do Campeonato Uruguaio, uma Copa Libertadores e um Mundial de Clubes entre 1972 e 1983. Ele é o atual diretor de relações institucionais do clube.

Os dois clubes de Olivera na carreira mediram forças nessa terça, na Arena MRV, pela terceira rodada do Grupo G da Copa Libertadores. O Galo levou a melhor: venceu por 3 a 2 e encaminhou classificação para as oitavas de final da competição continental.

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