22/11/2024
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rompendo tabus da masculinidade » Portal MaisVip

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O câncer de mama, frequentemente associado ao universo feminino, também afeta homens, embora em uma menor incidência – representando cerca de 1% dos casos. A subestimação dessa realidade, alimentada por tabus enraizados na sociedade, torna o diagnóstico masculino ainda mais desafiador e perigoso. A masculinidade frágil, influenciada por estereótipos que associam o cuidado com o corpo a uma suposta fraqueza, impede muitos homens de procurarem ajuda médica, mesmo diante de sinais claros de alerta.

Em um mundo que valoriza a força e a invulnerabilidade masculinas, homens muitas vezes são levados a ignorar sintomas como nódulos na mama, alterações na pele ou secreções nos mamilos, retardando o diagnóstico e comprometendo as chances de tratamento eficaz. Enquanto as mulheres são incentivadas a realizar exames preventivos desde cedo, o mesmo não ocorre com os homens, que raramente são orientados a observar o próprio corpo.

De acordo com especialistas, a baixa incidência de câncer de mama masculino não justifica a falta de informação ou de atenção à saúde dos homens. Embora o rastreamento rotineiro, como a mamografia anual, não seja recomendado para homens, a conscientização sobre os sintomas e a importância do autocuidado é essencial. A médica Cecília Pereira, ginecologista e mastologista, reforça que o Outubro Rosa, ainda que focado nas mulheres, pode ser uma oportunidade para incluir os homens na discussão sobre o câncer de mama, especialmente considerando os estigmas que envolvem o tema.

A masculinidade tóxica, que impõe um distanciamento em relação ao autocuidado, precisa ser desafiada. Cuidar da saúde não enfraquece a identidade masculina, mas sim fortalece a capacidade de enfrentar a vida com mais consciência e vigor. Campanhas de conscientização, como o Outubro Rosa, devem abraçar essa complexidade e promover uma visão inclusiva, que valorize a saúde de todos, independentemente do gênero.

O câncer de mama pode ter altas chances de cura quando diagnosticado precocemente. O que falta é sensibilização, informação e, principalmente, a quebra dos tabus que ainda cercam o autocuidado masculino.

Foto destaque: Reprodução

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