Pesquisadores brasileiros identificam fragmentos de plástico em bulbo olfatório, reforçando preocupações sobre a presença de microplásticos no corpo humano
Um estudo brasileiro publicado no JAMA Network Open revelou a presença de microplásticos no tecido nasal de cadáveres, especificamente no bulbo olfatório, área responsável pelo olfato e localizada na base do cérebro. A pesquisa sugere que os fragmentos de plástico podem se deslocar para outras regiões do cérebro, dependendo de fatores como tamanho e formato das partículas.
O autor principal, Luís Fernando Amato-Lourenço, da Universidade Livre de Berlim, destaca que essas partículas podem ultrapassar barreiras protetoras do corpo, atingindo o cérebro. Estudos anteriores já haviam identificado microplásticos em órgãos como fígado, pulmões e até na placenta. A descoberta reforça preocupações sobre o impacto potencial dessas partículas no funcionamento celular e na saúde humana.
Especialistas alertam para a presença de disruptores endócrinos, como bisfenóis e ftalatos, em produtos plásticos, que podem causar danos a órgãos vitais. O estudo também aponta que plásticos como o polipropileno, amplamente usados na indústria, podem agravar condições como o câncer de mama.
Diante disso, recomenda-se a redução do uso de plásticos descartáveis e o uso de recipientes de vidro ou aço inoxidável para minimizar a exposição a essas substâncias.
Foto destaque: Reprodução/Deemerwha studio/Shutterstock.com
