O Japão não sabe explicar o motivo para o aumento
No início deste mês de junho, o Ministério da Saúde do Japão divulgou que, só neste ano, já registrou 977 casos de infecção. A bactéria é responsável pela síndrome do tóxico estreptocócico (STSS), com uma taxa de mortalidade de até 30%. Nesse sentido, entre janeiro e março deste ano, 77 pessoas morreram em decorrência da infecção.
A STSS é uma infecção bacteriana rara, porém grave, que acontece quando bactérias espalham-se nos tecidos do corpo e corrente sanguínea. Inicialmente, os infectados sofrem de febre, vômitos e dores musculares. No entanto, em alguns casos, os sintomas podem se tornar fatais como pressão arterial baixa, inchaço e falência múltipla dos órgãos.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, apesar do tratamento, a infecção ainda pode ser mortal. Dessa forma, três em cada 10 pessoas morrerão de STSS.
Nesse sentido, a maioria dos casos acontece pela bactéria Streptococcus do grupo A (GAS), que gera febre e infecções na garganta de crianças. Em raros casos, o Streptococcus A torna-se invasivo após a bactéria produzir uma toxina que lhe dá acesso à corrente sanguínea.
Contudo, a maioria dos pacientes que contraem a doença têm condições que reduzem a capacidade do corpo de combater doenças, como câncer e diabetes.
Aumento de casos no mundo
Em dezembro de 2022, cinco países da Europa enviaram comunicados à Organização Mundial da Saúde sobre o aumento de casos streptococcus invasivos do grupo A (iGAS). A maioria dos casos, em crianças com menos de 10 anos.
Além disso, em março deste ano, o Japão anunciou um aumento dos casos, especialmente em pessoas com menos de 50 anos.
De acordo com o professor Ken Kikuchi, da Universidade Médica Feminina de Tóquio, o aumento dos casos pode ter relação com o enfraquecimento do sistema imunológico das pessoas após a pandemia.
“Podemos aumentar a imunidade se estivermos constantemente expostos a bactérias. Mas esse mecanismo esteve ausente durante a pandemia do coronavírus”, disse Kikuchi. “Portanto, mais pessoas estão agora suscetíveis à infecção, e essa pode ser uma das razões para o aumento acentuado de casos”, completou.
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