Os fisiculturistas de Ipatinga, Jeferson Max e Lidiane Duarte, falam sobre os sacrifícios e a evolução do fisiculturismo em suas trajetórias vitoriosas
O fisiculturismo é uma prática que vem crescendo em todo o mundo, e em Ipatinga, no Vale do Aço, Minas Gerais, dois fisiculturistas locais têm se destacado nas competições: Jeferson Max e Lidiane Duarte. Ambos compartilham o amor pelo esporte e o comprometimento que ele exige, mas também enfrentam grandes desafios em suas trajetórias.
Jeferson Max, que iniciou suas preparações em 2019, atua como treinador, coach esportivo e microempreendedor. Desde então, acumulou 13 títulos em diferentes federações, como NPC, IFBB, WBBF e FMBB. Para ele, o esporte vai além do corpo, exigindo um preparo mental rigoroso: “Quanto mais consciente o atleta é, melhores são os seus resultados. A mente precisa estar alinhada ao físico para que consiga chegar no seu melhor.” O atleta destaca que os maiores desafios estão nos altos custos de preparação e no impacto na rotina diária, que envolve privação alimentar e excesso de atividades.
Lidiane Duarte, por sua vez, também iniciou no fisiculturismo em 2019, começando na categoria Bikini, mas encontrou sua paixão na categoria Wellness em 2021. Desde então, conquistou seis títulos, sendo quatro vezes Top 1. O mais recente foi o primeiro lugar na categoria Wellness até 1,63m pela IFBB Minas, em 2024. Assim como Jeferson, Lidiane também reconhece o quanto o esporte exige disciplina e equilíbrio, destacando a importância do acompanhamento médico e nutricional: “A parte física do atleta é totalmente dependente das manobras nutricionais, sendo extremamente importantes.”
Ambos os fisiculturistas de Ipatinga apontam que, apesar do crescimento do fisiculturismo e da popularização de suas categorias, o esporte ainda não é amplamente reconhecido como uma atividade esportiva convencional. Segundo Jeferson, a falta de regulamentação formal e o preconceito em torno da imagem dos fisiculturistas são fatores que impedem uma maior aceitação do esporte. No entanto, o avanço das discussões, inclusive sobre o uso de substâncias para aumento de performance, tem contribuído para desmistificar o esporte e abrir portas para novos estudos e oportunidades.
Tanto Jeferson quanto Lidiane compartilham uma visão positiva sobre o futuro do fisiculturismo, observando que o mercado fitness está em plena expansão, o que deve trazer novos produtos, métodos e suporte técnico para os atletas. No entanto, ambos alertam para os riscos à saúde associados à prática, como lesões musculares e sobrecarga física, e ressaltam a importância de manter uma rotina de descanso adequada e buscar orientação médica especializada para minimizar esses impactos.
Mesmo com todos os desafios, o fisiculturismo para esses dois atletas de Ipatinga é muito mais do que uma simples atividade física. Para Jeferson, o esporte se tornou um estilo de vida que reflete seu esforço e dedicação: “O atleta molda seu corpo para se adequar dentro dos requisitos da categoria que ele defende.” Lidiane, por sua vez, vê no esporte uma forma de autoexpressão e de fortalecimento da autoestima: “Existem pré-julgamentos, mas o ponto positivo é que a imagem do atleta representa o seu estilo de vida.”
O fisiculturismo pode não ser um caminho fácil, mas para Jeferson Max e Lidiane Duarte, os desafios são superados pela paixão e pela vontade de se aprimorar continuamente. Eles servem de inspiração para outros atletas da região e para aqueles que buscam transformar seus corpos e mentes, mesmo que não almejem competir profissionalmente.
Foto destaque: Divulgação/Douglas Maia/Amanda Gerhman