Muitas crianças, de 8 a 13 anos, estão entrando na onda de um novo desafio na internet que explora suas imagens, o “Se garante na beleza?”
Recentemente, nas redes sociais, principalmente Instagram e Tik Tok, milhares de vídeos estão sendo publicados com o desafio “Se garante na beleza?”, em perfis criados exclusivamente para a divulgação desse conteúdo. Nos comentários, várias crianças e adolescentes estão implorando para participarem do desafio.
Mas como funciona?
- Para que sua foto seja divulgada, o interessado (geralmente crianças de 8 a 13 anos), procura uma conta que faça este tipo de conteúdo;
- Em seguida, envia uma mensagem privada ao administrador da página;
- Caso seja selecionado, você receberá uma resposta e precisará dizer seu nome, idade e responder o “se garante na beleza?” enviando uma foto ou vídeo de si mesmo;
Todo esse diálogo é publicado na rede social e os seguidores da conta que, normalmente, passa dos milhares, avaliarão se a pessoa é realmente “bonita”. Entretanto, a publicação conta, na maior parte das vezes, com áudios de funks com letras maliciosas e palavrões. Além disso, alguns perfis ainda perguntam se a criança é solteira.
Dessa forma, todos os dados se tornam públicos e com acesso de toda a internet. O que muitas dessas crianças não sabe é que, suas imagens podem parar em sites de pornografia, redes de pedófilos e nas mãos de criadores de deepfakes.
De acordo com Humberto Sandman, professor de Sistemas de Informação da ESPM e especialista em cibersegurança, ninguém deveria expor menores de idade sem o consentimento formalizado dos pais ou responsáveis.
“As gerações mais novas não ligam tanto para a privacidade, talvez por não terem noção da tragédia que pode acontecer a partir da divulgação das fotos”, diz.
Riscos das crianças participarem do desafio
As imagens podem:
- Virar matéria-prima para atos criminosos na internet;
- Gerar deepfakes;
- Virar posts em sites ou fóruns de pornografia;
- Circular em redes de pedofilia;
- Virar meme e alvo de cyberbullying.
“Esse ‘desafio’ pode difamar crianças que não fazem ideia de para onde estão indo suas fotos”, afirma o professor.
Foto destaque: Reprodução/Shutterstock