Pescadores do Espírito Santo têm encontrado animais doentes e deformados nos rios e no mar, após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. Entre os exemplos, estão tartarugas com úlceras e peixes com tumores, além de ostras cobertas de lama. A pesca continua proibida em algumas regiões do Norte do estado, e os pescadores relatam dificuldades em manter a atividade, devido à desconfiança dos consumidores em relação à qualidade do pescado.
Estudos realizados por pesquisadores identificaram a presença de pelo menos 15 metais, provenientes dos rejeitos da barragem, em diversos níveis da cadeia alimentar, desde organismos microscópicos até grandes animais, como tartarugas e baleias.
Esses metais foram encontrados na foz do Rio Doce e ao longo da costa marinha do Espírito Santo e Sul da Bahia, impactando severamente a biodiversidade local. A contaminação tem causado alterações na saúde dos animais e uma perda de diversidade genética nas espécies afetadas.
Os pescadores relatam que, além da deterioração dos ecossistemas, o medo de contaminação faz com que muitas pessoas evitem comprar pescados da região, prejudicando ainda mais a economia local. Mesmo após quase nove anos, os rejeitos de lama ainda estão presentes nos rios e mares, mantendo níveis de metais acima dos valores pré-desastre.
Foto destaque: Reprodução/PMBA
